Temer corta Fies dos mais pobres e culpa Dilma
Em mais um golpe, Michel Temer cortou 2/3 das vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) destinadas aos estudantes mais pobres, que têm renda familiar de até 3 salários mínimos, entregando às instituições financeiras privadas a análise da concessão de crédito à camada que recebe até 5 salários mínimos.
Com isso, é possível que milhares de estudantes não consigam preencher os requisitos dos bancos, provocando uma redução ainda maior na distribuição de bolsas.
Culpa da Dilma
Segundo reportagem da revista Época, a justificativa para essas mudanças é que o Fies precisa ficar mais “sustentável”, pois Dilma Rousseff fez uma “distribuição indiscriminada” de bolsas até 2015 e, agora, o programa está com um rombo de R$ 3,1 bilhões e taxa de mais de 40% de inadimplência.
As alterações no Fies – que hoje beneficia 117 mil estudantes, o que representa uma queda de quase 50% em relação a 2016 – feitas por Temer, ocorreram há duas semanas, a partir da edição da Medida Provisória 785, com destaque para a que divide o programa em 3 modalidades: o Fies 1 será para estudantes com renda familiar de até 3 salários mínimos, que terão direito a 100 mil vagas; o Fies 2, para estudantes com renda familiar de até 5 salários mínimos, exclusivamente das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com direito a 150 mil vagas e o Fies 3 , que oferece 60 mil vagas para estudantes de todo o País, com renda familiar de até 5 salários mínimos.
Privilegiados
A publicação da revista mostrou que, com essas mudanças, o Fies vai privilegiar quem tem condições de obter financiamento bancário, em detrimento daqueles cuja situação social é muito mais vulnerável. Isso, porque é “comum” que família com até 3 salários mínimo tenham “dificuldade para comprovar seus ganhos por conta da informalidade”.
O próprio governo Temer, por sua vez, não esconde que os mais pobres serão prejudicados porque “não conseguirão passar pelo crivo dos bancos para obter crédito”.
“Sabemos que alguns alunos mais pobres ficarão de fora, mas tínhamos de garantir a sustentabilidade do programa”, disse Pedro Pedrosa, diretor de gestão de fundos e benefícios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação (MEC).
Com GGN