Temer está preocupado com depoimento de Yunes sobre Padilha 

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Janot aponta três crimes cometidos por Temer (Foto: Internet)

Provando do próprio veneno
(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Os agitos da última semana na Esplanada dos Ministérios, podem dificultar os planos do presidente Michel Temer (PMDB) de emplacar com placar expressivo, a agenda reformista na Câmara dos Deputados e do Senado. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, as acusações de José Yunes, ex-assessor da Presidência da República, contra o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDM-RS), preocupam Temer.
Interlocutores do presidente afirmam que o depoimento de Yunes ao Ministério Público Federal (MPF) foi classificado como uma “traição inesperada”, pelo núcleo duro do governo Temer. Para eles, o ex-assessor de Temer agiu para não ser atingido pela delação premiada do ex-vice-presidente da Odebrecht, Cláudio Melo Filho.
Odebrecht
Segundo o executivo da empreiteira, Yunes teria recebido em seu escritório uma parte de um repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB durante as eleições de 2014. Yunes, por sua vez, disse ao MPF que atendeu a um pedido de Padilha.
“Foi uma traição, que acabou por colocar em dúvida a postura de Temer e de seus principais aliados. Isso não destruirá os planos do presidente, mas atribuirá dificuldades ao governo para aprovar a agenda reformista com margem”, afirmou um interlocutor do peemedebista a EXAME.com.
Agenda negativa
O noticiário da Esplanada dos Ministérios na última semana foi classificado como agenda negativa pelo núcleo do governo. Não bastasse o depoimento de Yunes sobre Padilha, a saída repentina de José Serra (PSDB-SP) do Ministérios das Relações Exteriores, também pode azedar os planos de Temer para o primeiro semestre. Até julho, o presidente quer aprovar as reformas da Previdência e trabalhista no Congresso.
Ainda que tenha deixado o cargo por motivos de saúde, Serra também estaria irritado com a pouca visibilidade no governo e estaria preocupado com o conteúdo das delações de executivos da Odebrecht, de acordo com interlocutores do tucano.
Fantasma de um novo escândalo
Um novo escândalo envolvendo outro ministro de Temer poderia colocar em risco o futuro do governo peemedebista. Diante dessa possibilidade, “Serra se antecipou ao vazamento dos depoimentos e deixou a Pasta”.
A escolha do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio (PMDB-PR) – ligado ao ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Pinhais (PR),  deve ter efeitos ambíguos para a gestão peemedebista. A iniciativa de acabar com a indefinição sobre o titular da pasta foi positiva, porém, a escolha de um nome mais político do que técnico reforça a declaração de Padilha sobre as nomeações do governo.
Recentemente, Padilha afirmou que a escolha de Ricardo Barros (PP-PR) para o Ministério da Saúde, foi determinada pela necessidade de garantir apoio político. A declaração não foi bem recebida nos corredores do Planalto.
Após o Carnaval, há a expectativa pela divulgação do conteúdo das delações de executivos da Odebrecht. Após dias negativos na Esplanada, o presidente trabalhará para minimizar os efeitos dos depoimentos sobre seu futuro e sua governabilidade, afirmam auxiliares palacianos.
Temer está provando do próprio veneno e não conseguindo conter o “vazamento” da podridão que envolve seu governo, a ele e a seus ministros.
E o PSDB, igualmente “enlameado até as tampas”, está assistindo de camarote a derrocada de Temer, de olho nas eleições 2018!
Com Exame.com

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