Temer não pretende continuar na política, após fim do mandato
Depois de intranquilizar, ao máximo, a classe trabalhadora brasileira e defender, indiretamente, a classe patronal com suas reformas impopulares, Michel Temer (PMDB) afirmou que não pretende continuar na vida política após terminar o mandato, em 2018. Como se tivesse cacife para tanto, também reforçou a posição de que não pretende concorrer a um novo mandato presidencial. “Aposentar-me nunca, jamais, mas eu não tenho intenção de continuar a atividade política, já cumpri meu papel”, afirmou em entrevista à RedeTV! Gravada na terça-feira (2) e exibida na noite de ontem.
Salvador da pátria
Na entrevista, Temer voltou a dizer, que espera aprovar as reformas até o fim do mandato. Se achando o “salvador da pátria”, frisou: “espero que as reformas deem certo e que não haja necessidade de pedirem para eu continuar”, se esquecendo – propositalmente – que a rejeição ao seu governo, segundo a pesquisa Datafolha, chegou a 64% no final de abril, com tendência a aumentar.
Temer afirmou ainda que acredita não ter errado durante seu mandato, que assumiu após o afastamento da petista Dilma Rousseff, em maio de 2016. “É possível que eu tenha errado aqui e acolá, mas não sinto que tenha errado”, disse. Falou que, se cometeu erros, foram acidentais e não propositais.
Ruim de voto
Em 2006, última vez em que concorreu a deputado federal, Temer teve 99.046 votos (representando 0,476% do total), tendo sido eleito “por média”, ou seja, graças à distribuição das sobras de vagas por coligação.
Naquela eleição, dentre os 70 eleitos por São Paulo ficou em 54º lugar, sendo o pior colocado entre os três candidatos eleitos pelo PMDB paulista.
Valor insignificante
Ainda na entrevista, segundo o site Brasil 247, Michel Temer, visto como corrupto por 73% dos brasileiros, admitiu ter atuado na arrecadação de recursos para a campanha presidencial de 2014, mas disse que foi um “valor insignificante”, apesar das acusações de dois delatores da Odebrecht, de que Temer teria presidido uma reunião em que se tratou de uma propina de US$ 40 milhões – equivalente a R$ 126 milhões – para o PMDB.
Temer afirmou, que o encontro serviu apenas para um executivo “apertar a mão” dele porque tinha a intenção de contribuir para a campanha. No entanto, os executivos da Odebrecht, afirmaram que o encontro tratou de propinas – equivalentes a 5% de um contrato da Petrobras – e não de doações oficiais ou por caixa dois.
Ele também mandou um recado para o antigo parceiro do golpe, Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba e ameaça delatá-lo: “Eu espero que ele seja feliz, judicial e pessoalmente”.
Alguém tem que dizer ao Temer, que não se sente saudades de golpistas!
Da redação com informações Estadão/Brasil 247