Tenente do Bope foi morto por colega

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(Divulgação/Bope)

(Divulgação/Bope)

Uma nova versão para a morte do tenente Carlos Henrique Scheifer (à epoca com 28 anos), do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), ocorrida no dia 13 de maio deste ano, em Matupá (MT), foi revelada hoje, descartando que ele tivesse sido morto por assaltantes, conforme noticiado inicialmente.
Investigação
Uma investigação da Corregedoria da Polícia Militar apontou que sua morte não ocorreu no confronto com assaltantes, de acordo com o relato dos policiais que estavam na ação, mas sim em decorrência de “fogo-amigo”. Carlos Scheifer veia a óbito causado por um tiro disparado por um colega seu, cabo do batalhão.
O inquérito policial militar foi concluído e será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) até o final desta semana.
O caso
Scheifer morreu enquanto participava de uma operação do Bope, que procurava assaltantes de banco na região de Matupá. A ação policial terminou com quatro suspeitos presos e dois mortos, além de outros dois que conseguiram fugir.
Fogo-amigo
Os três policiais que estavam com Scheifer, sendo um sargento, um cabo e um soldado do Bope, sempre afirmaram à corregedoria que a morte do colega ocorreu em um confronto com os ladrões. Porém, em julho deste ano, um exame de balística revelou que o tiro que matou Scheifer partiu da arma de outro policial.
Depois do resultado desse laudo, os policiais envolvidos mudaram a versão do que realmente ocorreu, conforme informou ao G1 o corregedor-geral da PM, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva.
“O confronto que a guarnição disse que ocorreu, na verdade, não existiu. Foi um erro. A guarnição estava na mata durante a noite e, nesse cenário, o tenente tinha foi confundido com um dos assaltantes. Um dos integrantes da guarnição, o cabo do Bope, fez um disparo”, pontuou o corregedor.
Durante toda a investigação pela corregedoria, os policiais mantiveram a versão de que houve um confronto com ladrões. “Quando perceberam que não era nenhum suspeito, eles inventaram essa história de que seria um confronto, até a hora que saiu o laudo pericial e veio a verdade”, pontuou o corregedor.
Indiciamento
Os três policiais serão indiciados por precarização (crime contra a administração pública), falsidade ideológica e comunicação falsa de crime. Apenas o cabo, que atirou e matou o tenente, será indiciado por homicídio.
“Eles vão responder criminalmente por colocar no boletim de ocorrência um fato que não ocorreu. Ainda restam algumas dúvidas e queremos fazer novas diligências”, finalizou o corregedor ao G1.
Os policiais envolvidos estão afastados das atividades operacionais do Bope desde aquela época e fazem apenas serviços administrativos. O inquérito policial militar deve ser enviado para a Justiça Militar.
Mais um fato que, lamentavelmente, abala ainda mais a já abalada Polícia Militar de Mato Grosso.
Da Redação G1 MT

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