Vereadores estariam cogitando reajustar verba indenizatória
Enquanto o trabalhador brasileiro que recebe salário mínimo, ao invés de receber reajuste no ano que vem, terá diminuído R$ 10,00 do valor – já anunciado pelo governo de Michel Temer (PMDB) -, alguns “nobres edis” de Rondonópolis, mostram que estão sim, é preocupados com o seu salário e que o resto que se dane.
Numa rápida passada pela Câmara de Rondonópolis na tarde de ontem, tive conhecimento de que “rolava” um zum-zum-zum entre os vereadores presentes na sessão ordinária, dando conta de que estaria sendo cogitado por alguns deles, reajustar a “indecorosa” verba indenizatória, já que não podem, por força de lei, reajustar os salários – o que só pode ocorrer a cada quatro anos, por ocasião de novo mandato.
Tal reajuste seria da ordem de 35%, representando um acréscimo de R$ 3,5 mil na “dita cuja verba”, que passaria de R$ 10 mil para R$ 13,5 mil a partir de janeiro do próximo ano, totalizando um valor bruto de R$ 23,5 mil mensais, entre salário e a referida verba.
Entretanto, o assunto era tratado de “pé de ouvido” e com certa temeridade, em razão da repercussão negativa e da reação da sociedade organizada ocorrida em setembro de 2015, que repudiou, veementemente mas sem êxito, a continuidade do pagamento mensal da referida verba, que vigora desde 2012.
Em setembro 2015, foi deflagrado um movimento popular contrário ao pagamento desse “benefício indecoroso”, tendo à frente o Observatório Social de Rondonópolis e o Conselho Diocesano de Leigos da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, que resultou num documento – a “Carta da Primavera” – que de pouco adiantou, pois os vereadores formaram “barreira” e o pagamento do “benefício”, teve continuidade.
Essa verba (que deveria ter outro nome, pois indeniza o quê já que não precisam comprovar as despesas?) dispensa a comprovação de gastos, pelos vereadores.
Hoje, 20 dos 21 vereadores rondonopolitanos (o único vereador que abriu mão de receber esse “benefício”, desde sua posse, foi o Subtenente Guinâncio, do PSDB), recebem salário de R$ 10 mil, mais o mesmo valor de “verba indenizatória”, totalizando uma despesa de R$ 420 mil mensais aos cofres públicos, para comparecerem a quatro sessões legislativas ordinárias mensais.
Estamos de olho!