Aedes aegypti pode estar espalhando um novo vírus

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Aedes aegypti espalha novo vírus (Foto: James Saldarriaga/Reuters)

Aedes aegypti espalha novo vírus (Foto: James Saldarriaga/Reuters)
Aedes aegypti espalha novo vírus
(Foto: James Saldarriaga/Reuters)

Segundo a médica pediatra e professora livre docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Ana Escobar, o mosquito Aedes aegypti pode estar sendo o vetor de mais um vírus, chamado Mayaro – identificado pela primeira vez em 1954 e que existe em regiões silvestres, ao redor da região Amazônica.
Nas últimas semanas, pesquisadores da Flórida o identificaram no Haiti, em um menino de 8 anos, com febre e dores abdominais. Concluiu-se, portanto, que este vírus pode estar se espalhando pelo continente. “O grande problema é que este vírus, possivelmente tenha se adaptado. Antes era transmitido apenas por mosquitos vetores silvestres e agora aparentemente pode ser transmitido por mosquitos vetores urbanos, que já estão espalhados pelo mundo:Aedes aegypti principalmente, e o Aedes albopictus. Se isso se confirmar, há muitas razões para nos preocuparmos, uma vez que o Aedes está fortemente presente em todo o território nacional. Este vírus provoca uma doença semelhante à chikungunya. Chama-se Febre do Mayaro”, disse a pediatra.
Sintomas 
Os sintomas são muito parecidos com os da dengue e/ou chiKungunya. Começa com uma febre inespecífica e cansaço, sem outros sinais aparentes. Logo após podem surgir manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de dor de cabeça e dores nas articulações. Os olhos podem também ficar doendo e em alguns casos reporta-se intolerância à luz. São sintomas muito parecidos e por isso a febre do Mayaro pode ser facilmente confundida com dengue ou com chikungunya. No entanto, no Mayaro as dores e o inchaço das articulações podem ser mais limitantes e durar meses para passar.
Diferenciação
Pelo quadro clínico pode ser difícil diferenciar o Mayaro dos outros vírus, salienta ela. “Só os exames laboratoriais específicos é que podem apontar o diagnóstico correto. No menino de 8 anos do Haiti suspeitou-se, inicialmente, de dengue ou chikungunya. Mas os testes vieram negativos e o de Mayaro confirmou ser positivo”.
Vacina ou tratamento específico
A médica alerta que ainda não há nem vacina, nem tratamento específico para o Mayaro.O tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas. A evolução em geral é bastante favorável.
Casos confirmados no Brasil
Ana Escobar adianta que casos já foram confirmados no Brasil, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, sendo 197 nas regiões Norte e Centro-Oeste, com destaque para os estados de Goiás, Pará e Tocantins. “Todas estas pessoas moravam ou estiveram em área rural, silvestre ou de mata por atividades de trabalho ou lazer. O Estado de Goiás registrou 66 casos até fevereiro de 2016 e o Datasus não possui mais dados atualizados deste ano. Importante salientar que no Brasil a transmissão desta doença limitou-se a regiões de mata. Não há relatos, até o momento, de transmissão urbana”, disse.
Proteção contra o mosquito
A pediatra da USP adianta que as medidas preventivas a serem tomadas pelas pessoas, são as mesmas para os outros vírus e o uso dos repelentes Icaridina, o DEET e o IR 3535, indicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Com G1 SP

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