Aeroporto Marinho Franco está sendo leiloado na Bovespa

Recursos teriam sido desviados das obras do terminal aeroportuário (PMR)

Aeroporto passará à iniciativa privada

Teve início hoje às 10 horas, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o leilão de lotes de aeroportos brasileiros, em que estão incluídos os aeroportos mato-grossenses Maestro Marinho Franco (Rondonópolis) e os de Sinop, Alta Floresta e o Internacional Marechal Rondon de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, que formam o Bloco Centro-Oeste.
Os terminais aeroportuários serão concedidos para exploração pela iniciativa privada pelos próximos 30 anos, prorrogáveis por mais cinco.
O secretário de Transporte e Trânsito de Rondonópolis, Rodrigo Metello, e a gerente do departamento aeroportuário da pasta, Bianca Cristina Arald, estão acompanhando o leilão como representantes da Prefeitura de Rondonópolis. “Estamos bastante otimistas e esperançosos de atrair os melhores operadores do mundo para operarem o nosso aeroporto”, disse o secretário, comentando que o Marinho Franco “está dentro do Bloco Centro-Oeste, que vem atraindo atenção de investidores, inclusive internacionais, justamente por contar com grande potencial de crescimento”, disse Metello.
Sem citar os nomes dos investidores e empresas, Metello informou que o aeroporto Marinho Franco recebeu muitas visitas de representantes de empresas e investidores de interessados em arrematar, “que vieram até Rondonópolis levantar informações do terminal e das potencialidades do município”.
Ao todo, conforme o divulgado pela imprensa estadual, seis operadoras, que atuam na Europa e nos Estados Unidos, demonstraram interesse em arrematar os terminais de Mato Grosso. Na lista estão grandes empresas como a alemã Fraport, a francesa Vinci Airports, as investidoras norte-americana Aecom (representando Zurich- Suíça) e Pátria, bem como as brasileiras Socicam e SINART.
Abertura de novas linhas
A expectativa é que a medida resulte em mais investimentos na melhoria do aeroporto de Rondonópolis, possibilitando assim a abertura de novas linhas de voos. Para o secretário, a privatização será uma grande porta aberta ao desenvolvimento econômico e social do município. “A perspectiva é que a essa concessão traga grandes benefícios para a economia de Rondonópolis, contribuindo para atração de novos investimentos e gerando mais empregos e renda para a população”, disse ele.
Conforme o anúncio feito pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado ano passado pelo governo federal, o valor de concessão estimado para os quatro aeroportos que compõem o Bloco Centro-Oeste, será de R$ 105 milhões.
Esse valor refere-se à outorga inicial, mais a estimativa de arrecadação com as outorgas variáveis. O investimento estimado é de R$ 791 milhões para todo o bloco.
Deste montante, a expectativa é que sejam investidos cerca de R$ 70 milhões no terminal rondonopolitano.
Atualmente, a média de pessoas que circulam por ano no terminal fica em torno de 70 a 80 mil. O aeroporto Marinho Franco opera com um voo diário regular da Azul Linhas Aéreas, no período da noite, entre Rondonópolis e Campinas (SP). Em breve, deverá, também, passar a contar com uma linha nova, operada pela Asta Linhas, com dois voos diários para Cuiabá, um no início da manhã e outro no final da tarde.
Investimentos futuros
Os futuros concessionários deverão realizar os investimentos necessários para a melhoria do nível de serviço e expansão da infraestrutura, sendo que todos os aeroportos deverão estar aptos a operar, no mínimo, aeronaves Código 3C (Airbus 318, Boeing 737-700 ou a maioria dos aviões Embraer), por instrumento, sem restrição.
A vencedora ficará responsável pela administração, ampliação, melhorias e demais investimentos nos terminais leiloados.
Atualizada às 11h20
A concessão do Aeroporto Municipal Maestro Marinho Franco foi arrematada pela empresa Consórcio Aeroeste, que apresentou a maior proposta pelo bloco do Centro-Oeste com proposta de investimento de R$ 40 milhões, que lhe garante ainda a exploração por 30 anos, dos quatro aeroportos de Mato Grosso.
Segundo Rodrigo Metello, o bloco do Centro-Oeste obteve proposta também do Consórcio Construcap Agunsa, no valor de R$ 31,5 milhões. A proposta mínima estabelecida para a concessão dos aeroportos do Bloco do Centro-Oeste não poderia ser inferior a R$ 800 mil.
Entre as propostas iniciais e finais dos dois consórcios concorrentes dos aeroportos do Bloco Centro-Oeste, Metello explica que houve bastante concorrência, com aumento de valores das propostas das duas concorrentes. Inicialmente o Consórcio Aeroeste apresentou proposta de R$ 20,3 milhões e o Construcap Agunsa, de R$ 9,9 milhões.
O Consórcio Aeroeste é formado pela Socicam Terminais Rodoviários (85%), que administra o terminal rodoviário do Tietê, em São Paulo; e pela Sinart – Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (15%).
A Agência Nacional de Viação Civil (ANAC) agora tem prazo de três meses, para avaliar a documentação da empresa vencedora do leilão, para então ser firmado o contrato.
A partir daí, será estabelecido um prazo para que a concessionária comece a administrar os aeroportos de Mato Grosso.

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