Após denúncias de defesa de Zuffo, delegado e escrivã de MT são investigados

Defesa de Zuffo fez as denúncias ao MPE (Reprodução)

Defesa de Zuffo fez as denúncias ao MPE
(Reprodução)

Diante de denúncias dos defensores do contador e empresário rondonopolitano João Fernandes Zuffo, 54 anos, ao Ministério Público Estadual (MPE), a Corregedoria Geral da Polícia Judiciária Civil instaurou inquérito policial para apurar supostos crimes de falsidade ideológica e abuso de autoridade, contra um delegado e uma escrivã, envolvidos na “Operação Flor do Vale”.
A operação apontou Zuffo, que está preso desde dezembro de 2021, no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), como chefe de uma organização criminosa que matou o advogado João Anaídes Cabral Neto, de 49 anos, num assalto ocorrido no condomínio campestre Flor do Vale, na região do lago do rio São Lourenço, em Juscimeira (MT), no dia 17 de julho do ano passado.
A defesa de João Zuffo fez uma série de pedidos em habeas corpus ao Tribunal de Justiça pedindo a nulidade de todos os atos, praticados por delegados da Polícia Civil que estiveram à frente das investigações do latrocínio, cujo resultado final foi o indiciamento de sete pessoas, incluindo o contador, apontado como chefe da organização criminosa. Contestou também as ordens judiciais autorizadas pelo juiz Alcindo Peres da Rosa, da Vara Única de Juscimeira.
Em um dos habeas corpus, a defesa citou nominalmente os delegados Ricardo de Oliveira Franco e Thiago Garcia Damasceno e pediu a retirada do depoimento de uma mulher, denominada de “testemunha sem rosto”. Foi solicitado ainda, o desentranhamento de todos e quaisquer documentos de outro inquérito policial, que tramita na Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá desde 2021.
A portaria da Corregedoria da PJC autorizando inquérito para investigar o delegado Nilson André Farias de Oliveira e a escrivã, Elany de Albuquerque Carvalho informa que a requisição partiu do Ministério Público, com base em representação criminal de João Fernandes Zuffo.
Tal representação, composta por sete páginas, informa que o termo de declaração de Eder Nolasco, no bojo de um inquérito policial instaurado em 2021 “foi ideologicamente falsificado, haja visto que segundo noticiam na representação, Eder Nolasco não compareceu à Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFV) para prestar esclarecimentos, nem proceder com reconhecimento do autor dos fatos investigados naquele inquérito policial”.
Consta ainda na representação criminal que o “delegado de Polícia de Juscimeira, Ricardo de Oliveira Franco, lançou informação inverídica no relatório do inquérito policial acerca do compartilhamento de provas, induzindo a erro, o promotor de Justiça, mas que, a tal ‘manobra’, havia sido detectada pela magistrada da 7ª Vara Criminal dessa comarca”.
Documentos que comprovariam as alegações feitas por João Zuffo também foram anexadas à representação criminal, o que motivou o Ministério Público enviar ofício à Corregedoria-Geral da Polícia Civil para investigar os fatos. Dentre outros pontos, serão investigadas as circunstâncias envolvendo a colheita das declarações da vítima Eder Nolasco, ausência de assinatura, dentre outras inverdades mencionadas na representação criminal. O documento informa que diante das acusações e indícios apresentados em documentos, “há justa causa para instauração de procedimento criminal”.
Uma série de providências foi determinada aos responsáveis pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos e pela Delegacia de Juscimeira, para providenciarem a juntada de cópias integrais dos inquéritos questionados e da autorização de compartilhamento de provas, bem como oitiva do contador João Fernandes Zuffo e dos investigados, do delegado Nilson André Farias de Oliveira e da escrivã Elany de Albuquerque Carvalho.
Da Redação com Folhamax

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