Balas usadas na execução no RJ, são de lote enviado à PF em 2006

Morte de Marielli interessaria a outros políticos (Arquivo Pessoal)

Investigações devem ser profundas
(Arquivo pessoal)

A Polícia Civil do Rio encontrou na cena dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos na noite da quarta-feira (14), cápsulas deflagradas de pistola calibre 9mm que pertencem ao lote UZZ-18 da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), originalmente encaminhado para a Polícia Federal em Brasília em 2006.
Balas desse mesmo lote também foram usadas na chacina em 13 de agosto de 2015, que culminou com 17 mortos e sete feridos em Osasco e Barueri, região metropolitana de São Paulo.
O jornal O Estado de São Paulo revelou em 3 de setembro de 2015, que as munições usadas nas diferentes cenas dos assassinatos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, pertenciam a cinco lotes (UZZ18, BNT84, BIZ91, AAY68 e BAY18) destinado a forças de segurança: PF, Polícia Militar e Exército. Além do UZZ-18, a PF havia adquirido o lote BTN-84. A informação de que o lote encontrado no caso Marielle é o UZZ-18, foi divulgado pelo RJ1, da TV Globo, ontem.
Naquela oportunidade, a investigação em São Paulo não conseguiu determinar o caminho da munição até o seu uso nos assassinatos. Integrantes da força-tarefa que investigavam a chacina consideravam que a principal hipótese é que as munições poderiam ter sido desviadas ou roubadas e acabaram nas mãos de bandidos. Três policiais militares e um guarda civil foram condenados em setembro do ano passado e em março deste ano pelos crimes a penas superiores a 100 anos de prisão.
Ao Estadão ontem, o promotor Marcelo Oliveira, que representou a acusação nos julgamentos em Osasco, lembrou que o Rio chegou a ser citado em um dos depoimentos no júri de março. “No depoimento de um capitão do Exército, chamado pela defesa, houve a menção de que um sargento havia extraviado munições e enviado para o Rio. Ele foi mandado embora da corporação, segundo esse capitão”, detalhou o promotor.
Um dos condenados pela chacina, o policial militar Victor Cristilder havia servido ao Exército e a acusação tentava descobrir uma eventual relação dele com a aquisição ilegal das munições usadas no crime. “Perguntamos sobre a munição, se o Victor tinha acesso, mas como testemunha de defesa o capitão claro que disse que ele não tinha”, disse Oliveira.
O promotor destacou a necessidade de que o caminho da munição seja investigado no caso do Rio, para que se chegue aos culpados. “Se essa situação do lote realmente for confirmada, é claro que há um descontrole muito perigoso em relação a armas e munições. E fica claro para qualquer um, que a suspeita recai sobre integrantes de forças de segurança”, concluiu.
Estadão

1 thought on “Balas usadas na execução no RJ, são de lote enviado à PF em 2006

  1. Acho prudente esperar a conclusão das investigações. Há notícias na internet que dão conta da manifestação de uma desembargadora do RJ segundo a qual, a falecida estaria engajada com bandidos, que teria sido eleita pelo CV e que não honrou os compromissos assumidos com seus apoiadores, e que “…estão tentando agregar valores a um cadáver tão comum como qualquer outro”. Nessa última possível fala da Magistrada penso que assiste razão à Juíza. Não vi o “malandro” Chico Buarque, nem a tal Maria Gadú, nem Letíca Sabatela, nem os apresentadores globais fazer tanto barulho com o assassinato da médica na linha amarela que ocorreu dias atrás, muito menos pelos 26 policiais mortos este ano no RJ.

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