Campos e Fagundes receberam verbas do “orçamento secreto”

Emendas dos senadores foram contempladas (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Emendas dos senadores foram contempladas
(Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Wellington Fagundes (PL) foi um dos 11 senadores beneficiados com recursos do chamado “orçamento secreto”, que retirou mais de meio bilhão do orçamento do Ministério da Defesa para beneficiar aliados do governo Bolsonaro.
Dos R$ 588 milhões que o ministro Braga Netto liberou, Fagundes ficou com R$ 20 milhões, para destinar a vários municípios, como São Felix do Araguaia, que recebeu R$ 400 mil do orçamento secreto para a construção de uma capela mortuária, para receber velórios públicos da cidade. Fagundes ainda destinou mais R$ 2 milhões para obras de asfaltamento no município, com recursos desviados da Defesa.
A revelação consta na reportagem de O Globo de domingo (3), que revela o desvio de função do orçamento da Defesa, para beneficiar políticos aliados em troca de apoio no Congresso Nacional.
O escândalo do orçamento secreto foi revelado no ano passado, quando veio à tona uma lista de vários deputados e senadores beneficiados com a chamada RP9 ou ‘emenda de relator’, em troca de votar favoravelmente aos projetos do governo na Câmara e Senado. Foram mais de R$ 3 bilhões em emendas desta natureza, sem o menor critério ou transparência.
Ao O Globo, Wellington Fagundes defendeu a distribuição dos recursos da Defesa através das emendas secretas e classificou como “pouco”, os R$ 20 milhões que foi contemplado.
“É um programa dirigido por militares. E eles são extremamente rígidos. Tem que cumprir a exigência da lei. Mato Grosso é um estado em desenvolvimento e é o que mais contribui com as exportações do Brasil. E nós temos necessidades. Temos 720 quilômetros de fronteira seca. E (o valor) ainda é pouco”, disse à reportagem de O Globo.
Além de Wellington Fagundes, o senador Jayme Campos (União) também foi beneficiado com R$ 4 milhões do orçamento secreto que estava sob os cuidados do general Braga Netto, que é cotado para ser o vice na chapa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Campos já havia se manifestado, quando o seu nome surgiu na lista encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele afirmou na época que os recursos não são secretos e que as emendas não foram para garantir o apoio ao governo no Congresso Nacional. “Isso é um absurdo. Não existe nada de secreto ou que isso foi liberado para comprar apoio. Mas, como parlamentar, o nosso objetivo é levar recursos para o nosso Estado. Ou então o que estou fazendo aqui, se não pedir dinheiro para o meu Estado?”, questionou.
Fonte: Gazeta Digital

 

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