Carlos Alberto Bezerra é indiciado por dois homicídios e perseguição

Casal foi assassinado por Carlinhos (detalhe) (Rodrigo Costa/A Gazeta)

Casal foi assassinado por Carlinhos (detalhe)
(Rodrigo Costa/A Gazeta)

Ontem, a Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou o assassinato de Thays Machado (44 anos) e Willian César Moreno (30 anos), ocorridos há dez dias, em Cuiabá, e indiciou o autor, Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, por homicídio qualificado e perseguição majorada. Pela morte de Thays, o autor responderá pela qualificadora de feminicídio.
Carlos Alberto é filho do deputado federal Carlos Bezerra.
O delegado responsável pela investigação, Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário e Ministério Público Estadual para a sequência dos atos de persecução penal.
Mas, a motivação do crime está relacionada ao sentimento de posse e vingança pelo fato da vítima Thays estar no novo relacionamento
Thays e seu namorado, Willian, foram mortos na tarde do dia 18 de janeiro, na frente de um prédio residencial, no Bairro Consil, na Capital, pelo ex-namorado da vítima. Ele atirou seis vezes contra o casal, atingindo cada vítima com três disparos fatais. O casal morreu na calçada do prédio, a poucos metros um do outro.
O autor do duplo homicídio foi preso em flagrante, horas depois do crime, em uma fazenda na região do município de Campo Verde, por equipes da Polícia Civil que realizaram diligências contínuas a fim de esclarecer o crime e a autoria. Com ele foi apreendida a arma usada nos homicídios.
Perseguição
A investigação apontou que Carlos Alberto perseguia Thays insistentemente e no dia do crime, no meio da madrugada, ele seguiu a vítima depois que ela saiu do Aeroporto Marechal Rondon, onde foi buscar Willian.
Era 3h55 da madrugada de 18 de janeiro, quando Thays fez contato com o Ciosp pelo número 190 e relatou, em desepero, que estava na Avenida Tenente-Coronel Duarte (Prainha) quando foi seguida pelo autor dos homicídios.
Ela contou ainda que ele costumava andar armado. A vítima recebeu ainda orientação para procurar a Delegacia da Mulher e foi solicitado que entrasse em contato caso fosse necessário.
Na tarde do mesmo dia, Thays e seu atual namorado foram mortos na calçada do edifício Solar Monet, onde mora a mãe da vítima. Ela tinha ido ao local para deixar o carro da mãe na garagem e, ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, foram surpreendidos pelo indiciado, que conduzia um Renault Kwid, e fez os disparos contra Thays e Willian.
A investigação da DHPP apurou que no início do ano, Thays recebeu diversas mensagens no celular do autor dos homicídios, que se mostrava inconformado com o fim do relacionamento, agindo com grosseria e perseguição contra a vítima na tentativa de reatar a relação.
Depoimentos colhidos pelo delegado Marcel Oliveira demonstram que, mesmo após terminar o relacionamento de dois anos que teve com o indiciado, Thays dizia que achava que estava sendo seguida, o que foi comprovado com o ato na madrugada do dia 18 de janeiro.
Ela havia relatado ainda ao irmão que durante o relacionamento, o criminoso sempre se mostrou uma pessoa ciumenta e possessiva.
Com todo o material reunido no inquérito, o delegado aponta que as vítimas não esperavam esse tipo de retaliação, pelo novo relacionamento que estava sendo construído.
“Mas, a motivação do crime está relacionada ao sentimento de posse e vingança pelo fato da vítima Thays estar no novo relacionamento, fato que não era admitido pelo homicida e feminicida”, destacou o delegado Marcel Oliveira.
O indicado responderá pelo homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Fonte: MídiaNews

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

f