Caso Irmãos Araújo: Justiça decreta a prisão de Sérgio Marchett

Irmãos foram executados no Centro de Rondonópolis (Arquivo da família))

Irmãos foram executados no Centro da cidade 
(Arquivo da família))

O nome de Marchett já entrou na lista vermelha da Interpol
O juiz da Primeira Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, Wagner Plaza Machado Junior, decretou hoje, a prisão preventiva do empresário do agronegócio mato-grossense Sérgio João Marchett, que pode ser preso a qualquer momento pela Interpol, por estar foragido na Bolívia ou na Colômbia, segundo as investigações policiais.
A decisão proferida também determina que Sérgio Marchett seja julgado em sessão do Tribunal do Júri pelas mortes dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, crimes ocorridos em Rondonópolis nos anos de 1999 e 2000, respectivamente.
Contra o empresário havia algumas medidas cautelares, entre elas a de comparecimento em juízo a cada dois meses, o que não vem sendo cumprido desde julho de 2015.
O caso
Os também empresários Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo (conhecido como Zezeca) foram assassinados à luz do dia, no Centro de Rondonópolis, em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000, respectivamente, por desavenças em questões de terras com os Marchett.
Conforme investigações da Policia Civil, tratou-se de crimes de mando (prática de “pistolagem”), como confessado pelo executor dos irmãos Araújo, que deu detalhes sobre o planejamento e execução, bem como revelou o nome dos intermediários e mandantes dos dois crimes.
O executor de ambos, o ex-cabo da PM/MT Hércules Agostinho, que já foi julgado e condenado, não só assumiu o assassinato dos dois irmãos, como participou da reconstituição dos crimes, apontando todos os envolvidos, sendo Sérgio e sua filha Mônica – proprietários da empresa Sementes Mônica – acusados por ele, como os mandantes dos dois assassinatos.
Pagamento
Como pagamento das mortes, Hércules contou que ele e o ex-soldado PM Célio Alves de Souza receberam um veículo Gol, pertencente à empresa Mônica Armazéns Gerais Ltda, de propriedade da co-acusada Mônica Marchett. Inclusive, durante a reconstituição dos crimes, Hércules apontou a Sementes Mônica, empresa da família Marchett, como o local em que ele e o ex-soldado Célio Alves buscaram o documento do veiculo.
Em 14 de junho do ano passado, durante a sessão de julgamento do Tribunal do Júri de Rondonópolis, Célio Alves de Souza também confessou sua participação nos crimes, acusando o empresário Sérgio e sua filha como mandantes, detalhando ainda a participação de todos os envolvidos na trama assassina, desde o preparo até as execuções.
Confraria
Durante o julgamento em plenário, Célio Alves contou que foi realizada uma espécie de “confraria” para arquitetar as mortes dos Irmãos Araújo, cuja reunião teria tido a participação de Mônica, de seu pai Sérgio, de um irmão de Sérgio Marchett (do qual não se recordava o nome), do advogado rondonopolitano Ildo Roque Guareschi e do Sargento PM José Jesus de Freitas (morto por Hércules e Célio com 09 tiros em emboscada, na madrugada do dia 27 de abril de 2002, em Cuiabá).
Até hoje, somente os pistoleiros foram julgados e condenados pelas mortes.
Quanto aos demais envolvidos e os mandantes, o desfecho dos seus processos na Justiça se arrastam há mais de 15 anos.
(Com Assessoria)

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