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Moro se contradisse na entrevista (Gazeta do Povo)

Moro se contradisse na entrevista
(Gazeta do Povo)

Em entrevista ontem a noite à Rede Globo, Sergio Moro disse o governo de Bolsonaro não fará discriminação de qualquer tipo e que usará de severidade contra os crimes de ódio.
Todavia, “pisou no tomate” quando afirmou que jamais ouviu de Bolsonaro qualquer afirmação, que denotasse discriminação. “Eu acompanhei todo o processo eleitoral. Eu nunca vi da parte do presidente eleito, proposta de cunho discriminatório em relação às minorias. Eu não imagino, de qualquer forma, que essas minorias estejam ameaçadas.”
Quanto a corrupção, o futuro Ministro da Justiça, quando questionado se defenderia o afastamento de um ministro suspeito de corrupção, afirmou que “se a denúncia for consistente, sim”, a pessoa deve ser afastada. “Eu não assumiria um papel como ministro da Justiça com risco de comprometer a minha biografia.”
Aí também “escorrega”, já que no dia 06 deste mês, durante coletiva de imprensa, após aceitar o cargo no governo de Jair Bolsonaro, Moro consentiu que um réu confesso permaneça impune caso admita seu erro e peça desculpas, ao responder questionamento sobre integrar uma equipe ministerial ao lado de um político assumidamente beneficiado por recursos de caixa 2, caso do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) – futuro Ministro da Casa Civil, um dos cargos mais poderosos do primeiro escalão, por coordenar todo o ministério e ter o controle de todos os atos de governo, inclusive nomeações. Naquela ocasião, o ainda juiz federal disse: “Ele já admitiu e pediu desculpas”, deixando claríssimo que um pedido de desculpas, no seu entender, basta para extinguir a punibilidade, apesar do artigo 350 do Código Eleitoral, prever pena de 5 anos de prisão para esse tipo de crime.
Não apenas Lorenzoni, mas a própria campanha de Jair Bolsonaro é acusada do crime de caixa 2, com uso ilegal de dinheiro empresarial em sua campanha para compra, também ilegal, de bases de dados de cidadãos para disparo de notícias falsas contra seu adversário, por meio de WhatsApp.
O caixa 2 de Lorenzoni
Onyx Lorenzoni admitiu, no ano passado, ter recebido recursos de caixa 2 da JBS para sua campanha em 2014. O parlamentar foi citado na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista como beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo grupo. Sua candidatura foi financiada, ainda, pelas duas grandes empresas da indústria armamentista, Taurus e CBC, que poderão ser beneficiadas pelo fim do Estatuto do Desarmamento defendido pelo governo Bolsonaro.
“Final da campanha, reta final, a gente cheio (sic) de dívidas com fornecedores, pessoas, eu usei o dinheiro. E a legislação brasileira não permite fazer a internalização desse recurso”, disse Lorenzoni em entrevista a uma rádio gaúcha.
Em junho deste ano, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu arquivamento de inquérito aberto contra o deputado, acusado de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha de 2006, pelo executivo Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, um dos delatores da Odebrecht.
Quer dizer, mesmo reincidente, aos olhos de quem deveria aplicar a Justiça Onyx Lorenzoni está “limpo”!
Da Redação com Rede Brasil Atual

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