Cunha afirma que Temer revisou parecer pela abertura do impeachment

Ele sabe o "poder de fogo", que tem (Foto: Internet)

Ele sabe o “poder de fogo”, que tem nas mãos
(Foto: Internet)

Em carta revelada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, deputado cassado e preso desde outubro do ano passado no Complexo Médico-Penal em Pinhais (PR), por conta da Operação Lava Jato, rebateu declarações de Michel Temer (PMDB), feitas na entrevista à TV Bandeirantes, no sábado (15).
Na carta com data de ontem e escrita de próprio punho, Cunha afirma que, “não existiu o diálogo descrito pelo presidente, com relação aos fatos sobre o impeachment”, ocorrido dias antes da abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com Eduardo Cunha, o encontro ocorreu para submeter a Temer o parecer de abertura do impeachment da petista, preparado por “advogados de confiança” dos dois, dias antes de aceitar a abertura do processo de afastamento na Câmara.
Diálogo
“O verdadeiro diálogo ocorrido sobre o impeachment com o então vice-presidente, às 14h da segunda-feira 30 de novembro de 2015, na varanda do Palácio do Jaburu, 48 horas antes da aceitação da abertura do processo de impeachment, foi submeter a ele o parecer preparado por advogados de confiança mútua, foi debatido e considerado por ele correto do ponto de vista jurídico”, diz ele em trecho da carta.
Versão
Na versão, Temer disse o seguinte: “Em uma ocasião, ele [Cunha] foi me procurar – e isso era umas duas horas da tarde, mais ou menos – dizendo: ‘Olha, eu hoje vou arquivar todos os pedidos de impeachment da presidente – e eram dez ou 12 pedidos –, porque prometeram-me os três votos do PT no Conselho de Ética’. Eu disse: ‘Ora, que bom. Muito bom. Assim acaba com essa história de você estar na oposição, etc. Até porque, convenhamos, eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você, a todo momento, estar se posicionando como oposicionista’”, relatou.
Represália
Ex-aliado de Cunha, na entrevista concedida à emissora paulista, Temer admitiu que o ex-presidente da Câmara só deu andamento a um dos pedidos de impeachment da então presidente, Dilma porque os três petistas do Conselho de Ética que o julgou por cerca de dez meses – Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) –, não aceitaram votar pela sua absolvição.
Nega
Na carta, Cunha negou ainda que o encontro relatado pelo ex-executivos da Odebrecht Márcio Faria da Silva, no escritório de Temer em São Paulo, em 15 de julho de 2010, tenha sido marcado por ele – conforme Temer afirmou em nota enviada à imprensa, na última semana. De acordo com o delator da Odebrecht, da conversa surgiu o pagamento de US$ 40 milhões, referentes a um contrato da empreiteira com a Petrobras. Temer nega ainda que tenha falado em valores, durante a reunião. Neste ponto, Cunha também concorda.
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Com Congresso em Foco/Estadão

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