Desvio de R$ 9,5 mi da AL bancava “altos luxos”
Os envolvidos no esquema da Operação Ventríloquo – desbaratado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ação e Competências Originárias (Naco) -, “lavaram” os cerca de R$ 9,5 milhões desviados dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na compra de diversos bens, dentre eles, veículos, moto, gado, bebidas, obras de arte e jóias.
Advogado
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o advogado responsável pela ação do HSBC que originou a fraude, Joaquim Fabio Mielli, utilizou o dinheiro que recebeu no esquema para comprar jóias, vinhos, obras de arte, além da compra de uma moto Harley Davidson. Ele também bancou uma cirurgia plástica para sua esposa.
Inicialmente delator do esquema, Joaquim Mielli virou alvo dos promotores e delegados do Gaeco, por ter omitido os nomes do deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) e o ex-assessor Francisvaldo Mendes Pacheco, que está preso, pela suposta participação no esquema. “Por tais fatos, os promotores ingressaram com pedido de rescisão da colaboração firmada com Joaquim Fábio Mielli Camargo considerando, inclusive, que o mesmo incorreu na prática de crime”, diz a denúncia assinada pelos promotores Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, Marco Aurélio Castro, Samuel Frungillo, Marcos Bulhões dos Santos e Carlos Roberto Zarour César.
Deputados
Na terceira denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério público Estadual (MPE) ontem, é citada a participação dos deputados estaduais Mauro Savi (PSB), Romoaldo Junior (PMDB) e Gilmar Donizete Fabris (PSD), no esquema.
Savi teria utilizado sua parte para compra de gado, de material genético de bovinos e de um Porsche Cayenne avaliado em R$ 208,5 mil, Romoaldo Junior teria quitado dívidas e simulado doações de campanha eleitoral, e Gilmar Fabris teria usado sua parte (R$ 95 mil), “lavados” através de uma assessora. Já outro envolvido, o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva (sem partido), teria quitado empréstimos pessoais e também dividas de campanha eleitoral.
Outros envolvidos
Além deles, foram denunciados Ana Paula Ferrari Aguiar, José Antonio Lopes, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Sinigaglia Daroit,Odenil Rodrigues de Almeida , e Edilson Guermandi de Queiroz, bem como empresários e servidores do Legislativo, como o caso do atual secretário Legislativo, Odenil Rodrigues de Almeida.
Ressarcimento
Além da devolução de R$ 10 milhões aos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a título de indenização, os envolvidos deverão ser condenados por danos morais coletivos perpetrados contra os cofres públicos estaduais.