Diabetes aumenta gravidade da Covid-19

Detecção precoce e controle ajudam a combater a Covid-19 (Ilustrativa)

Detecção precoce e controle ajudam a combater a Covid-19
(Ilustrativa)

Especialistas de diferentes áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) alertam para a importância do diagnóstico precoce, o tratamento e cuidados especiais em relação a diabetes neste momento de pandemia, cujas complicações tem levado a óbito considerável número de portadores da doença, que já atinge mais de 13 milhões de pessoas no Brasil.
Ranking
Responsável por 22% das complicações que levaram a óbito pessoas com a Covid-19 no Estado, o diabetes é a segunda comorbidade no ranking das doenças pré-existentes em pacientes com o diagnóstico do coronavírus em Mato Grosso, ficando atrás somente da hipertensão, que aparece em primeiro lugar, com 32% dos casos.
Segundo estimativas da SES, em torno de 60 mil pessoas com idade acima de 20 anos tenham diabetes mellitus, doença crônica não transmissível, que ocorre quando há baixa produção ou má absorção da insulina pelo organismo.
Sintomas
A médica endocrinologista Luciana Diniz, da equipe do Ambulatório de Diabetes do Centro Estadual de Média e Alta Complexidade (Cermac), esclarece sobre os principais sintomas da doença. “Podemos afirmar que 50% dos casos serão assintomáticos e a maioria vai acabar descobrindo a doença ao acaso, ao fazer exames de rotina. Nos demais, poderão aparecer os sintomas clássicos: muita urina, muita sede, muita fome e perda de peso. Outros sintomas como fraqueza, cãibras, embaçamento visual, e infecções de repetição (furúnculos, infecção urinária e erisipelas) também podem ocorrer”, diz a endocrinologista, explicando que o diagnóstico da diabetes deve ser sempre realizado pelo sangue venoso.
“A insulina, é um hormônio que regula as taxas de glicose (açúcar) no sangue e sua função é quebrar as moléculas de glicose, garantindo energia para o organismo. O aumento da glicose no sangue ao longo do tempo pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, a diabetes pode levar à morte”, alerta ela.
Tipos
No Brasil, cerca de 90% das pessoas com a doença têm Diabetes Tipo 1, que aparece comumente na infância, adolescência e adultos jovens (mas pode surgir no adulto) e seu tratamento exige a aplicação diária da insulina injetável.
O Diabetes Tipo 2 está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados (colesterol alto), hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
De acordo com a coordenadora do setor de atenção às doenças crônicas da SES, Ana Carolina Landgraf, a melhor forma de prevenir o diabetes é adquirir hábitos saudáveis: praticar atividades físicas regularmente, ter uma alimentação adequada, evitar o consumo de álcool, de tabaco e outras drogas.
Diabetes e SUS
O tratamento do diabetes é ofertado pelo SUS na rede da Atenção Primária. A Coordenadora de Gestão da área, Regina Amorim, explica que há uma estrutura composta por 919 Unidades Básicas de Saúde, com 741 Equipes de Saúde da Família em 141 municípios, cobrindo cerca de 80% da população. As equipes de Saúde da Família iniciam o atendimento e devem garantir a solução de cerca de 80% dos problemas de saúde.
A oferta de medicamentos de uso oral para a Diabetes Tipo 2 pelo SUS é de responsabilidade das farmácias básicas dos municípios. Na SES, a Superintendência de Assistência Farmacêutica (SAF) é a unidade que realiza a distribuição das insulinas de alto custo para os municípios, explica a superintendente da SAF, Luci Oliveira.
O Cermac, é referência estadual nesta área e oferta serviços em várias especialidades, tendo atendido em 2019 mais de 5 mil pessoas, informa a diretora da unidade especializada, Jocineide Rita dos Santos.
O Governo do Estado também investe na capacitação dos profissionais dos municípios por meio do Núcleo Telessaúde MT, com a oferta de aulas online e materiais para estudo, informa a coordenadora do núcleo, Juscileide Barbosa.
Diabetes e a Covid-19
A médica endocrinologista Cristianne Serafim Feuser, que atua no Hospital Universitário Júlio Müller , em Cuiabá, e é teleconsultora do Núcleo Telessaúde MT, esclarece que, em geral, pessoas com todas as formas de diabetes têm um risco aumentado de infecção devido à imunidade. Há maior dano celular, hiperinflamação e insuficiência respiratória.
Além disso, níveis de inflamação e de coagulação são mais altos em pacientes com COVID-19 e diabetes, sugerindo que estas pessoas têm maior chance de evoluírem para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que seria a forma agravada da Covid-19.
Todos as especialistas recomendam que as pessoas com diabetes, devem se vacinar contra a Influenza (H1N1), por serem consideradas grupo prioritário.

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