Esquema da Odebrecht atinge os 26 Estados e o DF

Obras de duplicação da BR-364 (Divulgação/Rota Oeste)

Obras de duplicação da BR-364 em Mato Grosso
(Divulgação/Rota Oeste)

Segundo matéria de hoje do Estadão, políticos dos 26 Estados do País e o Distrito Federal estão  na lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ou receberam pedidos de investigação relacionados ao acordo de colaboração.
Depois das delações dos executivos e ex-executivos da Odebrecht, muitos casos foram desmembrados para as esferas judiciárias estaduais –  abrangendo 20 Estados e o Distrito Federal – , que terão células da Lava Jato em busca de esclarecer fatos narrados pelos delatores da empreiteira baiana.
Instâncias judiciais
Ao encaminhar petições ao Supremo com base nas revelações da Odebrecht, no mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que mais de 200 casos fossem remetidos a outras instâncias judiciais. Há menções a ex-prefeitos, prefeitos e deputados estaduais, por exemplo.
Com a profusão das investigações, as colaborações da Odebrecht podem provocar efeito cascata. Cada inquérito poderá levar a novos fatos, conforme o Ministério Público Federal (MPF) avançar nas apurações. Também por causa dos desdobramentos, o esquema de corrupção relatado pela Odebrecht deve arrastar as investigações e influenciar as disputas eleitorais em 2018.
Divisão
De acordo com o Estadão, dos 215 pedidos de investigação enviados para outros Estados, o maior número (48) foi remetido à Justiça Federal no Paraná, base da Lava Jato. A maioria trata de desvio de recursos da Petrobrás e ficará sob a tutela do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Os casos enviados ao Paraná serão apurados pela equipe de procuradores coordenada por Deltan Dallagnol, como o do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), condenado a 15 anos de prisão por Moro; o do ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine; e o do  presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
São Paulo
Para a Justiça Federal paulista e para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foram enviadas 29 petições, que atingem prefeitos, deputados estaduais, o ex-ministro de Dilma Rousseff, Edinho Silva (PT) – com quatro pedidos de investigação enviados- , indo até os tucanos envolvidos em grandes obras, entre elas o Rodoanel e o Metrô.
Rio de Janeiro
Para o Rio foram enviados 22 pedidos, que miram nos políticos que se revezaram no comando do Estado nos últimos anos. Ao menos quatro desses pedidos tratam do envolvimento do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso, em recebimento de propinas por obras públicas. Também há casos envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho (PR), sua mulher e sucessora no Palácio Laranjeiras, Rosinha Garotinho (PR), e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Foro privilegiado
No total, 24 senadores, de 17 Estados, estão na lista dos investigados, perante o Supremo. Na Câmara, há 39 nomes de 14 Estados. São Paulo e Bahia têm o maior número de deputados federais investigados – 11 e 10, respectivamente. O Rio Grande do Sul tem três deputados eleitos no Estado, alvos de investigação.
Mato Grosso
Em relação a Mato Grosso, conforme revelou a jornalista Vera Magalhães – colunista do jornal O Estado de São Paulo (Estadão) e da Rádio Jovem Pan UOL – durante sua participação on line na manhã do dia 15 de março passado, na emissora paulista, (leia aqui), um procurador da República, lhe havia sido dito que a Prefeitura de Rondonópolis deverá ser alvo de investigação, por uma propina cobrada da Odebrecht.

O assunto sobre a propina pedida em Rondonópolis, segundo ela adianta no vídeo, não faz parte da Operação Lava Jato, mas teria a ver com os desdobramentos das delações e das investigações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF), sobre a corrupção na Petrobras.

Unidade da Itaipava/Rondonópolis
(Foto: IstoÉ)

No dia 17 de dezembro do ano passado, o Blog Estela Boranga comenta veiculou matéria, sobre a construção de fábricas da Cervejaria Itaipava em Rondonópolis (MT), na Bahia e em Pernambuco, cujas obras seriam moeda de troca para o pagamento de propina a políticos.
No dia 03 de março deste ano, o blog veiculou outra matéria  envolvendo a Cervejaria Itaipava em Rondonópolis , quanto à delação do ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Júnior (o BJ), aos procuradores da Lava Jato, de que a empreiteira havia usado o Grupo Petrópolis, da cervejaria Itaipava, para doar R$ 40 milhões a campanhas de partidos da base da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014.
Duplicação da BR-364
Além do caso da Itaipava, políticos de Rondonópolis estariam envolvidos também em propinas referentes às obras de  duplicação do trecho da BR-364, entre Rondonópolis a Cuiabá (leia aqui),   que faz parte da concessão de 30 anos da rodovia à empresa Rota do Oeste – controlada pela Odebrecht -, que em 2013 ganhou a concessão para explorar – através de praças de pedágio – 852 quilômetros de rodovias em Mato Grosso, que vai desde a divisa se Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, até o trevo com a MT-220 de acesso a Juara, na zona suburbana de Sinop(Médio Norte do Estado).
Da redação com Estadão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

f