Ex-amante relata sexo com prefeito no gabinete municipal

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(Reprodução)

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Uma mulher que afirma ter sofrido assédio sexual por parte do então prefeito de Campo Grande (MS), Marquinhos Trad, em 2020, afirmou em depoimento esta semana à Polícia Civil, que alguns dos encontros amorosos que teve com ele, antes do assédio, ocorreram dentro do gabinete na prefeitura da capital sul mato-grossense.
Um dos encontros estaria demonstrado, segundo ela, numa conversa de WhatsApp, no dia 12 de maio de 2020, no começo da pandemia de Covid-19, e que é parte da investigação da Polícia Civil sobre supostos episódios de assédio sexual que teriam sido cometidos por Trad, hoje candidato do PSD ao governo do vizinho estado.
A uma das depoentes, Trad enviou uma mensagem no dia 11 de maio, quando era prefeito.
“Espero você amanhã. Prefeitura”.
A mulher, que viria a ser nomeada para um cargo comissionado no município, responde, no que parece ser uma pergunta: “Sabia que vc tem um sorriso lindo”.
Trad replica: “Nosso filho vai ter tbm!”
Às 8h59 do dia seguinte, uma terça-feira, a depoente comunicou a Trad que estava a caminho da prefeitura. Ele respondeu com um “Eu te amo”. Às 9h50, ela avisa que chegou ao local e pergunta: “2º andar, né?”. Trad responde: “Né.”
Às 11h49, portanto menos de duas horas após a chegada da depoente à Prefeitura, ela inicia nova troca de mensagens:
“Amei vc. Vc é incrível. Adorei as mágicas. Quero te fazer feliz.”
O então prefeito responde: “Vc me encantou. kkkkkkk. As mágicas. Eu amei vc. Tremeu todinhaaaa.” A depoente, então, diz ter ficado com vergonha. Marquinhos emenda, perguntando sobre outros detalhes da vida sexual da possível vítima.
À Polícia Civil, a depoente afirmou que fez sexo com Trad de forma consensual em um banheiro grande, dentro do gabinete do prefeito.
Ela procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher afirmando que, após o fim da relação extraconjugal, quando ela já estava casada com outro homem, Trad tentou beijá-la à força, em episódio que teria ocorrido em junho deste ano.
Trad nega peremptoriamente o episódio e outras acusações de assédio sexual registradas na Deam, mas admite que manteve relações extraconjugais, de forma consensual, fora da Prefeitura.
Indagado sobre o curto intervalo de tempo (cerca de duas horas) entre a chegada da depoente a seu gabinete e a troca de mensagens sobre a experiência sexual, Trad manteve a versão de que a relação ocorreu fora do gabinete. “Esse período é muito tempo. Aqui em Campo Grande as coisas são bem próximas. É tempo suficiente de sair, levar em outro lugar. Dentro do gabinete nunca teve (sexo). Fora, eu posso ter, sim, cometido adultério e saído com a menina. Mas de forma consensual. Já disse para a minha esposa.”
Outras denúncias
O inquérito policial foi aberto após apuração preliminar baseada no depoimento desta e de mais outras três mulheres que também procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) — três delas dizem ter se sentido assediadas. Trad nega as acusações e alega ser vítima de complô por liderar as pesquisas de intenção de voto.
Três dos relatos são parecidos. As denunciantes dizem que passavam por dificuldade financeira e foram atraídas para o gabinete da prefeitura com a promessa de emprego em órgão municipal. Elas narram que, uma vez no local, eram cortejadas pelo então prefeito, que fazia truques de mágica com baralho e, depois, manifestava o desejo por sexo. Das três mulheres que se dizem vítimas de Trad, duas afirmam ter mantido, por algum tempo, relações sexuais consentidas dentro do gabinete do prefeito.
A depoente W. afirmou em depoimento que foi levada por Trad ao banheiro do gabinete, mas que recusou a investida: “QUE a declarante narra que MARCOS começou a tentar beijá-la passando a mão em seu corpo, mais precisamente em seus seios e, em seguida a empurrou para uma pia e abaixou as próprias calças; QUE a declarante alega que todo este ato foi muito rápido e a mesma estava apavorada, além disso, a declarante pode sentir que o mesmo estava com ereção e que tentou levar a sua mão ao seu órgão genital; QUE, diante da negativa da declarante em manter qualquer relação sexual com a pessoa de MARCOS, o mesmo vestiu as calças”, diz trecho da investigação preliminar feita pela Polícia Civil e à qual a coluna teve acesso.
O assédio sexual é caracterizado por avanços ou exigência de favores sexuais não requeridos e não aceitáveis, que inclui também contatos físicos ou verbais com conotações sexuais. É visto como uma forma de violência contra a mulher, ou homens, e é um crime previsto no Código Penal brasileiro (CPB).
Fonte: Coluna Guilherme Amado/Metrópoles

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