Filho é preso por morte da mãe, de 92 anos, que era mantida em condições desumanas
Um homem de 57 anos foi preso ontem (31) suspeito de submeter a própria mãe, de 92 anos, a condições degradantes que levaram a idosa à morte, em Aripuanã (extremo oeste de Mato Grosso).
Na quinta-feira (25), a Polícia Civil recebeu a informação que a idosa tinha falecido no Hospital Municipal da cidade, no dia 21 de maio, de forma suspeita.
O hospital informou à polícia que a idosa chegou na unidade, em situação crítica de saúde e ficou internada por alguns dias. Conforme o relatório médico, a idosa apresentava sinais de queimaduras na região da cintura e nas pernas.
O relatório informa ainda que toda a parte afetada estava muito lesionada, em carne viva, e até aquele momento, os médicos não tinham conseguido determinar o que havia provocado as lesões.
Os investigadores tiveram acesso a vídeos e fotos do atendimento da idosa no hospital. O delegado Flávio Leonardo Santana disse que aparentemente as queimaduras aparentavam um grau muito avançado de lesão e não havia histórico de atendimento médico da idosa, em data anterior.
Condições degradantes
A equipe da Delegacia de Aripuanã apurou que a vítima morava com o filho em um apartamento de dois cômodos e um banheiro e que só havia uma janela pequena, no alto da parede, e lacrada com tela.
Um dos cômodos não tinha iluminação. O local só tinha duas camas de solteiro e um ventilador e não havia eletrodomésticos, televisão ou outros móveis que pudessem dar estrutura ao espaço.
O homem morava com a mãe desde o final de janeiro e saía para trabalhar antes das 7h e só retornava após às 18h. Durante esse tempo, a idosa permanecia trancada, com um cadeado na porta pelo lado de fora.
Ainda de acordo com a investigação, o suspeito deixava os alimentos, frutas e água no chão e a idosa precisava rastejar para se alimentar ou beber água. Ela passava o dia sozinha na cama, onde também fazia as necessidades fisiológicas e permanecia o tempo inteiro sobre fezes e urina.
Ela veio a óbito dias após dar entrada no hospital, em decorrência de septicemia e queimadura, conforme o atestado de óbito. A infecção foi causada pelas queimaduras sofridas pela vítima.
A prisão preventiva do investigado foi decretada pela Justiça e ele permanece preso, preventivamente, pelo crime de submeter idoso a condição desumana e degradante, com resultado de morte.
Fonte: g1MT