Gastos públicos: Wellington e Medeiros votaram a favor da PEC 55
Na votação ontem, da PEC 55– que limita os gastos públicos pelo período de 20 anos, alterando o regime fiscal brasileiro – os senadores de Rondonópolis, Wellington Fagundes (PR) e José Antônio Medeiros (PSD), seguindo a maioria, votaram favorável à aprovação da proposta do governo de Michel Temer (PMDB), que resultou num total de 61 votos pró e 14 contra.
Cidinho Santos (PR), o terceiro senador mato-grossense, que assumiu no lugar de Blairo Maggi (PP) – atual ministro da Agricultura de Temer -, também votou a favor do limite dos gastos públicos
Os contrários, além de nove senadores da bancada do PT, são: João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Kátia Abreu (PMDB-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Além do arrocho
A proposta vai além da simples mudança no regime fiscal da União. Também impõe uma das mais importantes alterações no modelo de Estado desenhado pela Constituição de 1988, obrigando modificações em diversos artigos constitucionais e leis ordinárias que regem programas de governo e suas metas. As mudanças nas leis nacionais, estaduais e municipais serão obrigatórias para enquadrar na nova regra os orçamentos de todas as instâncias de poder.
Uma das primeiras modificações terá de ser feita nas leis que regem a política salarial dos servidores públicos. Todas as regras que vierem a prever aumento real, com reposição acima da inflação, não poderão sequer ser negociadas ou prometidas, sob pena de descumprimento do limite de gastos. Também haverá mudança nos critérios para o cadastramento e pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), com previsão de salário mínimo para quem tem pelo menos 65 anos e nunca contribuiu para a Previdência. O dinheiro sai do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social e estará sujeito aos limites da PEC, mesmo que aumente o número de dependentes ou o valor do benefício.
Salário mínimo
A emenda também implicará mudanças nas regras de reajuste do próprio salário mínimo. Por lei, o piso remuneratório deve ser reajustado pela inflação do ano anterior, acrescido da variação do PIB de dois anos antes. Para não descumprir a regra constitucional do limite de gastos, a lei que reajusta o mínimo terá de ser modificada para evitar que as despesas da União, estados e municípios ultrapassem o limite de gastos impostas pela emenda.
Veja como cada senador votou na proposta do teto de gastos públicos:
Certamente usando de ironia ao extremo, a equipe econômica do governo e a base de sustentação parlamentar de Temer no Congresso – formada por PMDB, DEM, PSDB, PP, PSD e outras bancadas menores – dizem considerar o remédio do limite de gastos “amargo”, mas necessário.
Com Congresso em Foco