Gilmar Mendes leva o troco dos procuradores federais

Depois de ter chamado os procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro de “trêfegos barulhentos” – que dentre vários significados estão o de ardilosos e dissimulados, segundo dicionários da Língua Portuguesa – o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu o troco da categoria.
Em carta aberta divulgada na tarde desta quinta-feira, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) criticou o silêncio dos demais ministros diante dos arroubos do colega e cobra uma posição deles para “conter” e “corrigir” Gilmar, para evitar que a corte perca o respeito e a credibilidade, cuja postura causa perplexidade “não é de hoje, mostrando desenvoltura no debate público ao tratar de diversos temas fora dos autos, fugindo do “papel e do cuidado que se espera de um juiz, ainda que da Corte Suprema”, afirma a categoria.
O comunicado é uma resposta às críticas feitas por Gilmar Mendes contra procuradores e o juiz da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, ao determinar a soltura de empresários envolvidos em esquema de corrupção na área de transporte público na semana passada.
“Relator do caso no Supremo, o ministro Gilmar Mendes não só se dirigiu de forma desrespeitosa ao Juiz Federal que atua no caso, afirmando que, ‘em geral, é o cachorro que abana o rabo’, como lançou injustas ofensas aos Procuradores da República que oficiam na Lava Jato do Rio de Janeiro, a eles se referindo como ‘trêfegos e barulhentos’”.
A ANPR, que representa 1.300 procuradores, também associa a postura do ministro às suas “intenções políticas”. “Notas públicas diversas já foram divulgadas para desagravar as constantes vítimas do tiroteio verbal – que comumente não parece ser desprovido de intenções políticas – do ministro Gilmar Mendes”, destaca a nota.
Perigosamente, as instituições oficiais se transformaram em “casas da mãe Joana”!
Da Redação com informações do Congresso em Foco