Governo finalizou projeto de venda de terras a estrangeiros sem limite de área

Vão acabar com o que resta das nossas florestas (Foto: Internet)

Vão acabar com o que resta das nossas florestas
(Foto: Internet)

Em mais um golpe contra os interesses nacionais e acatando o que defendem a bancada ruralista e o setor empresarial florestal – principalmente a Associação Brasileira de Árvores (IBÁ), que defende o setor de florestas plantadas – o governo de Michel Temer tem um projeto de lei “na ponta da agulha”, elaborado pela Casa Civil (leia-se Eliseu Padilha), para ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados, que libera a compra e arrendamento de terras brasileiras por empresas estrangeiras, sem exigir limite de área.
Apesar de fazer constar impedimentos que podem ser entendidos como paliativos, esse projeto da Casa Civil desmonta o parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que em 2010  restabeleceu as restrições para esse tipo de aquisição, proibindo que grupos internacionais obtenham o controle de propriedades agrícolas no País. Em 2012, um projeto de lei foi apresentado no Congresso modificando a restrição, mas está com a tramitação parada.
Apetite chinês
Isso, porém, elevou o temor dos críticos sobre uma “invasão estrangeira” no País, que se acentuou a partir de meados dos anos 2000, com o aumento do apetite chinês por aquisições. Em 2010, por exemplo, o Chongqing Grain Group, da China, anunciou a disposição de aplicar US$ 300 milhões na compra de 100 mil hectares no oeste da Bahia, para produzir soja. Em alguns setores, a crítica era de que negócios desse tipo envolvem o controle de grandes áreas por grupos subordinados à estratégia de uma potência estrangeira, que poderia nem sempre seguir a lógica do Estado brasileiro.
Sugestão de Blairo

Blairo: grande desmatador e autor da sugestão à Casa Civil (Foto: Globo Rural)

Esse assunto foi abordado pelo Blog Estela Boranga comenta no dia 17 de fevereiro deste ano, (leia matéria aqui), em que cita como fator incentivador para a elaboração de tal projeto pela Casa Civil, a sugestão do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), logo depois de seu retorno de uma viagem feita a China, em junho do ano passado.

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