Grampos: associação pede inquérito contra policiais militares participantes

Assof quer que PMs participantes sejam punidos (RDNews)

Assof quer que PMs participantes sejam punidos
(RDNews)

A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (Assof) deu entrada na Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), a uma representação solicitando instauração de inquérito policial militar (IPM) no sentido de que sejam apuradas as responsabilidades de todos os policiais militares envolvidos no suposto esquema de espionagem ilegal, promovido por pessoas da cúpula do governo estadual em 2015.
Um grupo de policiais militares teria agido à revelia da lei, supostamente a mando de membros do primeiro escalão do governo Pedro Taques (PSDB). Ao menos 120 pessoas, entre jornalistas, assessores parlamentares da AL e até a deputada Janaina Riva (PMDB), figuram na lista dos grampeados.
No esquema
O cabo da Polícia Militar Gérson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, é apontado como um dos responsáveis por solicitar os grampos. Ele exerce a função de assessor técnico III na Casa Militar do Estado.
Em nota, a associação classificou os participantes na arapongagem como “maus profissionais” e disse que a Polícia Militar não pode ser responsabilizada como protagonista de práticas ilegais realizadas, sob pena de o seu trabalho ser inviabilizado. “A mera ilação desse tipo de conduta, denigre e macula a imagem de mais de 10 mil policiais militares, que diuturnamente se dedicam a cumprir a lei, preservar a ordem pública e respeitar os direitos individuais”, diz trecho do documento.
A nota aponta ainda, que é necessária a adoção de medidas que não irão prejudicar as ações de combate ao crime organizado. Isto porque o secretário de Segurança, Rogers Jarbas, anunciou que iria determinar a suspensão do acesso da Polícia Militar ao sistema “Guardião”, de interceptações telefônicas. “Ressaltamos que é temerário impedir o acesso da PM a interceptações telefônicas, considerando a atuação das inúmeras quadrilhas do crime organizado no Estado”, diz.
Rigor
A Assof pede rigor na apuração e punição dos envolvidos e a adoção de protocolos mais rigorosos na autorização e na realização de interceptações telefônicas para todos os órgãos do sistema de segurança pública, para evitar que fraudes deste tipo voltem a ocorrer.
Além disso, defendeu a realização de uma a auditoria por parte do Ministério Público Estadual e Federal em todos os processos de interceptação telefônicas realizados pelos órgãos judiciais e de segurança, que estão em curso ou que foram realizados no Estado de Mato Grosso nos últimos anos, para se verificar a regularidades desses procedimentos.
“Neste momento de quebra da ordem pública, onde agentes do Estado são acusados de ordenar práticas ilegais e inescrupulosas, a Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso não poderia adotar outra postura que não fosse a de se colocar ao lado da sociedade e cobrar severas explicações”, encerra a nota.
Com Gazeta Digital

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