Máfia das Ambulâncias

Processo contra o senador tem continuidade (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Processo contra o senador tem continuidade
(Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Depois de decorridos 13 anos do estouro do imbróglio conhecido como “Máfia das Ambulâncias” ou “Máfia das Sangessugas”, duas testemunhas arroladas no processo contra o senador Wellington Fagundes, serão ouvidas por videoconferência pela Justiça de Mato Grosso, no dia 04 de dezembro próximo.
As investigações provenientes da Operação Sangessuga no Estado – desencadeada em todo o país pela Policia Federal, em maio de 2006 – apontaram que o então deputado federal e hoje senador pelo Partido Republicano (PR), recebeu valores indevidos (propina) em troca da assinatura em emendas parlamentares autorizando convênios entre União e municípios, para a aquisição de ambulâncias.
Como o parlamentar detém foro privilegiado, o caso tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, no dia 30 de maio deste ano, a ministra Rosa Weber reconheceu o fim desse benefício e abriu caminho para a continuidade do processo contra ele.
Em família
Segundo as investigações da PF, o parlamentar mato-grossense recebeu valores indevidos da empresa Planam, entre os anos 2001 e 2006 da empresa Planam, responsável pela compra das ambulâncias, que em troca transferia recursos para a conta do acusado e de seus parentes, por intermédio de empresas vinculadas, como método de dissimulação da origem dos recursos.
Em conformidade com a denúncia ainda, o então deputado havia disponibilizado seu mandato parlamentar em favor de Darci e Luiz Antônio Vedoin, proprietários do grupo Planam, a quem teria garantido recursos por meio de emendas parlamentares, que subsidiaram a aquisição de ambulâncias em vários municípios de Mato Grosso.
O esquema
A Operação Sanguessuga desarticulou um esquema de fraudes em licitações na área de saúde, que se dava por meio de negociações da quadrilha com assessores de parlamentares, para a liberação de emendas individuais ao Orçamento da União, que eram destinadas a municípios específicos.
Com recursos garantidos, o grupo – que também tinha um integrante ocupando cargo no Ministério da Saúde – manipulava a licitação e fraudava a concorrência valendo-se de empresas de fachada.
Dessa maneira, os preços da licitação eram superfaturados, chegando a ser até 120% superiores aos valores de mercado, com o lucro sendo distribuído entre os participantes do esquema, que incluía a participação de 56 deputados federais e uma senadora.
Segundo a PF, a organização negociou o fornecimento de mais de mil ambulâncias em todo o País, com a movimentação financeira total do esquema – iniciado em 2001 – atingindo cerca de R$ 110 milhões.
Após a operação ser deflagrada, foram presos assessores de deputados, os ex-deputados federais Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues, funcionários da Planam (empresa acusada de montar o esquema de superfaturamento e pagamento de propinas) e a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino.
CPI
Em agosto de 2006 foi criada uma CPI no Congresso Nacional, para investigar a participação dos 56 deputados federais e uma senadora, no esquema criminoso.
Dos oito parlamentares federais mato-grossenses à época, cinco estavam na lista da CPI com recomendação para cassação dos mandatos: Celcita Pinheiro, Lino Rossi, Pedro Henry, Ricarte de Freitas e Wellington Fagundes, além da senadora Serys Slhessarenko.
Da Redação com Wikipédia

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