Mais uma “raposa cuidando do galinheiro”

Colatto e Tereza Cristina, líderes da Bancada Ruralista (Reprodução/Twitter)

Colatto e a ministra, líderes da Bancada Ruralista
(Reprodução/Twitter)

Em mais um capítulo contrário ao que deseja a maioria da população brasileira do governo de Jair Bolsonaro (PSL), em que pessoas não identificadas com a área a que foram nomeadas não deveriam ser prestigiadas, o deputado federal Valdir Colatto(MDB-SC) – que era um dos líderes da Bancada Ruralista no Congresso e que não conseguiu se reeleger em 2018 e que defende a liberação da caça de animais silvestres no País – foi anunciado ontem como o novo secretário do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), pela pecuarista e ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que presidiu a Bancada Ruralista no ano passado.
Colatto é autor do Projeto de Lei 6268/16, cujo texto libera a caça de animais silvestres até em Unidades de Conservação Ambiental (UCA) e retira o porte de armas de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas flexibiliza a posse de armas para proprietários rurais.
Ainda conforme o PL do deputado catarinense, também é liberado o abate de animal considerado nocivo às atividades agropecuárias, mediante apresentação de laudo pelo órgão competente, bem como a comercialização de espécies silvestres, permitindo ainda, que zoológicos vendam animais a criadouros particulares.
De acordo com o Ruralômetro – ferramenta jornalística para consulta sobre os deputados federais produzida pelo Repórter Brasil – Valdir Colatto é autor de nove projetos de lei prejudiciais ao meio ambiente e aos povos do campo.
O SFB tem a missão de promover o conhecimento, o uso sustentável e a ampliação da cobertura florestal, tornando a agenda florestal estratégica para a economia do país, bem distante do proposto por Colatto, como a suspensão da lista do Ministério do Meio Ambiente, que relaciona espécies da fauna e da flora que devem ser protegidas; a transferência da União para os municípios, da prerrogativa de estabelecer os limites das Áreas de Preservação Permanente (APPs) urbanas; e a revisão da norma do Incra que desapropria, para reforma agrária, terras onde for encontrado trabalho escravo.
Da Redação com Congresso em Foco

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