“Maria vai com as outras”

A frase popular que dá título a esta nota, é usada pelos mais antigos e significa uma pessoa ser influenciada pela opinião de terceiros.
Exemplo disso, mas com a denominação atual de “comportamento de manada”, vieram à tona esta semana, na reportagem “Democracia Ciborgue” da BBC Brasil, evidências coletadas ao longo de três meses sugerindo que uma espécie de exército virtual de fakes foi usado por uma empresa, sediada no Rio de Janeiro, para manipular a opinião pública, principalmente no pleito de 2014.
Os indícios, que teriam sido detectados em mais de 100 perfis falsos no Twitter e no Facebook, seriam apenas a ponta do iceberg de um problema muito mais amplo no Brasil, cuja estratégia é a de influenciar usuários nas redes, para tentar “bombar” uma hashtag (símbolo que agrupa um assunto que está sendo falado nas redes sociais), retuítes de políticos, curtidas em suas postagens, comentários elogiosos, ataques coordenados a adversários e até mesmo falsos “debates” entre os fakes.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado.
Alguns dos usuários identificados como fakes tinham mais de 2 mil amigos no Facebook, diz a matéria da BBC Brasil. Os perfis publicavam constantemente mensagens a favor de políticos como Aécio Neves (PSDB) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), além de outros 11 políticos brasileiros.
Os políticos citados, conforme a reportagem, negam ter contratado qualquer serviço de divulgação nas redes sociais por meio de perfis falsos. A investigação da BBC Brasil não descobriu evidências, de que os políticos soubessem do expediente supostamente usado.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro de 2018, já se manifestou sobre o assunto, dizendo que essa questão (combater e punir fakes políticos), será uma das providências de sua gestão.
Está mais do que na hora, do povo acordar.
Estamos vivendo no século XXI!