MPE já tem nomes dos envolvidos nas escutas telefônicas

Coronel Zaqueu comandou a PMMT, até 2015 (Divulgação/PMMT)

Coronel Zaqueu comandou a PMMT, até 2015
(Divulgação/PMMT)

Através da delação, na sexta-feira (26), de uma praça da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT) – que participou diretamente nas interceptações telefônicas -, o Ministério Público Estadual (MPE) já está de posse do esquema e dos nomes dos envolvidos, num caso que expôs diretamente, o governo Pedro Taques (PSDB).
Escritório
Segundo ela, o esquema possuía um “escritório” de escutas clandestinas, num apartamento alugado, nas imediações do Morro da Caixa d’Água, em Cuiabá e revelou que recebia ordens do ex-comandante-geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa, e do atual secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Benedito Siqueira Junior.
O coronel Zaqueu foi preso na última terça-feira junto com o cabo da PM, Gérson Luiz Correia Junior, e ainda não entraram com recursos para serem soltos. “Se havia alguma dúvida da participação dos que estão presos, foi esclarecida”, disse uma pessoa que teve acesso ao conteúdo do depoimento que pediu anonimato à reportagem do site Folhamax.
A policial não teria citado envolvimento, de nenhum membro da alta cúpula do Governo do Estado. Além dos envolvidos com o esquema, a delatora informou nomes de alguns dos alvos das escutas telefônicas clandestinas e entregou seu notebook pessoal, que também teria sido usado na arapongagem.
Esquemão 
Ela não soube precisar a quantidade de pessoas grampeadas, mas certamente, passou de 1 mil. Informações de quem teve acesso ao depoimento apontam, porém, que o esquema é grande e muito mais grave que o divulgado pela imprensa local e reportagem do Fantástico (Rede Globo) exibida no dia 14 deste mês. “Parecia ser uma besteira, depois quando você vê, era um esquema de grandes proporções”, explicou.
Outros suspeitos
Além da delação, o MPE tem avançado nas investigações das escutas ilegais. Além dos nomes citados pelo delator, há a suspeita de que o ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, e o coronel Ronelson Jorge de Barros, além do atual secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, tiveram participação ativamente no esquema. Todos oficiais chegaram a atuar no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Todos serão ouvidos nos inquéritos. Hoje, o caso é investigado pela própria PM, Polícia Civil(PC) e ministérios Públicos Estadual e Federal.
Grampeados
O esquema de escutas telefônicas ilegais em Mato Grosso – denunciado pelo ex-secretário de Segurança, o promotor Mauro Zaque -, à Procuradoria Geral da República (PGR), teria grampeado ilegalmente políticos, advogados, jornalistas e até amante de um ex-secretário de Estado. O esquema consistia em acrescentar telefones de interesses da organização para serem grampeados em meio a pedido de escutas de alvos de investigações policiais normais.
Até um número pertencente ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) foi grampeado. As escutas ocorreram quando o órgão investigava as operações Seven, Chacal, Metástase e Rêmora.
Pedro Taques 
Mauro Zaque foi o responsável por encaminhar denúncia à PGR, na qual afirmou que Pedro Taques tinha conhecimento sobre o esquema criminoso. Segundo ele, o governador teria cometido o crime de prevaricação. Porém, Taques afirmou que Zaque fraudou o protocolo no qual afirmou que ele sabia dos grampos e disse que irá protocolar representação contra Zaque, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e na Procuradoria Geral de Justiça.
Da Redação com Folhamax

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