MT registra 48 casos e 9 mortes por meningite do tipo C

Jovem de Sinop veio a óbito no dia 12 (Reprodução)

Jovem de Sinop veio a óbito no dia 12
(Reprodução)

A exemplo de outros Estados, em razão da baixa adesão à vacinação de crianças menores de 1 ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Mato Grosso, registrou de janeiro a setembro deste ano, 48 casos com nove óbitos, por meningite meningocócica do tipo C.
Segundo a SES, a cobertura vacinal nessa faixa etária está em 49,8%, significando baixa adesão do imunizante ao público infantil (de um 10 anos de idade), por parte de pais ou responsáveis.
Também adultos são alvo da doença, como a jovem Carla Daniela Padilha da Silva, de 29 anos, moradora de Sinop (médio norte de Mato Grosso), que no dia 12 deste mês morreu em menos de 24 horas, após ser diagnostica com suspeita de meningite meningocócica aguda.
Apesar de ter buscado atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia anterior, quando exames preliminares constataram a contaminação, Carla não resistiu à gravidade da doença e veio a óbito.
Ampliação da vacinação
A SES informa que, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), está sendo disponibilizada a vacina meningocócica C para crianças até 10 anos de idade não vacinadas e para trabalhadores da saúde, em todas a Unidade Básica de Saúde do Estado. Além disso, está sendo ofertada temporariamente a vacina meningocócica ACWY para adolescentes não vacinados, na faixa etária de 11 a 14 anos de idade.
A secretaria lembra que a vacina meningocócica ACWY (Conjugada) está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes de 11 e 12 anos, mas até junho de 2023, adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão se vacinar.
A ampliação da imunização tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria, em nasofaringe.
Medidas de prevenção
A SES orienta a população a tomar algumas medidas de prevenção.
Confira:
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.
Por ser uma doença que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, para alguns destes existem medidas de prevenção primária, como vacinas e quimioprofilaxia (uso de antibiótico). A vacinação ainda é considerada a forma mais eficaz na prevenção.
No enfrentamento de um surto de doença meningocócica, a vacinação de bloqueio está indicada a partir da decisão conjunta das três esferas de gestão. A estratégia de vacinação é definida considerando a análise epidemiológica, as características da população e a área geográfica de ocorrência dos casos.
A faixa etária com maior risco de adoecimento é de crianças menores de um ano de idade, no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.

Conforme o Ministério da Saúde, no Calendário Nacional de Vacinação, que contempla todas as fases da vida, existem sete vacinas que são recomendadas contra a doença e estão disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), no posto de Unidade Básica de Saúde dos municípios. São elas:
– BCG: protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa. Esquema vacinal: dose única (ao nascer);
– Penta: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e 3ª dose aos 6 meses de idade;
– Pneumocócica 10-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;
– Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção contra os sorotipos dos pneumococos contidos na vacina. É disponibilizada para toda a população indígena acima de 5 anos de idade, sem comprovação da vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada). Para a população a partir de 60 anos de idade (institucionalizada), a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada 5 anos após a dose inicial;
– Pneumocócica 13-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: indivíduos ≥ 5 anos de idade, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);
– Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Esquema vacinal: 1ª dose aos 3 meses de idade; 2ª dose aos 5 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;
– Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. Esquema vacinal: uma dose em adolescentes de 11 e 12 de idade, a depender a situação vacinal.
Da Redação com HiperNotícias

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