O cúmulo dos cúmulos

Focos de incêndio ao longo da BR-163 (INPE)

Focos de incêndio ao longo da BR-163
(INPE)

Dentre várias aberrações proferidas desde o início de seu catastrófico governo, Jair Bolsonaro afirmou ontem e sem provas, como é de praxe, que os incêndios que ardem na região amazônica podem ser resposta a corte de recursos para entidades da sociedade civil e que as organizações não governamentais (ONGs) de proteção ao meio ambiente, “podem estar envolvidas nos incêndios ilegais”.
Mostrando a face verdadeira da moeda,  o Greenpeace Brasil divulgou que de janeiro até ontem (20), o número de queimadas na região foi 145% superior, ao registrado no mesmo período de 2018, com as taxas de alerta de desmatamento ligadas à incidência de fogo – que é uma das principais ferramentas usadas para desmatar.
Piromaníacos
Nos dias 10 e 11 deste mês, fazendeiros do entorno da BR-163, encorajados pelo processo de destruição  e de pró-desmatamento do governo de Bolsonaro, anunciaram que fariam um “dia de fogo”, segundo noticiaram jornais locais e a Folha de São Paulo.
Consequências
As queimadas e as mudanças climáticas operam em um ciclo vicioso: quanto mais queimadas, mais emissões de gases de efeito estufa e, quanto mais o planeta aquece, maior será a frequência de eventos extremos, tais como as grandes secas que passaram a ser recorrentes na Amazônia.
Para além das emissões, o desmatamento colabora diretamente para uma mudança no padrão de chuvas na região, que amplia a duração da estação seca, afetando ainda mais a floresta, a biodiversidade, a agricultura e a saúde humana.
Mato Grosso

Tamanduá mirim cego, tenta fugir das queimadas
(Araquém Alcântara)

Segundo a Folha de São Paulo, Mato Grosso lidera as queimadas na Amazônia, sendo responsável por 13.682 focos de incêndio desde o início deste ano, com 60 % das queimadas ocorrendo propriedades privadas, enquanto 16% foram em áreas indígenas e 1% em Unidades de Conservação (UC) estaduais e federais, de acordo com o Cadastro Ambiental Rural.
País
Em termos nacionais, de janeiro até ontem, foram constatados 72.843 focos de incêndio, representando um aumento de 83%, em relação ao mesmo período do ano passado.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), organização brasileira que estuda desdobramentos científicos na região, afirmou que a baixa umidade na Amazônia em 2019 é maior do que nos últimos três anos, incluindo 2016, quando a região sofreu duras penas com o fenômeno climático do El Niño, que diminui a umidade das massas de ar que se movem pela região.
O IPAM também afirmou, em nota, que o número de focos de calor em 2019 na região, é o maior em três anos e que as práticas comumente utilizadas para “limpar” o terreno pós-desmatamento, podem explicar o fogo.
Da Redação com Folha de São Paulo e Greenpeace Brasil

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