O “tudo ou nada” de Moro

Ao participar do programa “Roda Viva” da TV Cultura, na noite de ontem, o juiz federal Sérgio Moro mostrou que sua determinação em confinar o ex-presidente Lula na prisão, não arrefeceu.
Moro veio a público, discordar da iminência do Supremo Tribunal Federal em rever a prisão após julgamento em segunda instância, que não somente pode garantir a liberdade a Lula, mas também sua candidatura à Presidência da República, nas eleições deste ano.
Algoz de Lula, por tê-lo condenado no caso “Triplex do Guarujá” em primeira instância, o que foi corroborado pelos três desembargadores do TRF4 – que ainda aumentaram a pena, inicialmente prevista – Moro desandou a justificar seu questionamento aos ministros do STF, mostrando claramente que não descansará em seu intento de ver Lula preso.
Entretanto, o “paladino da Justiça da República de Curitiba”, não adota em seus critérios o fato da Constituição Federal preceituar que, “uma pessoa só pode ser considerada culpada após o “trânsito em julgado”, o que significa que só assim será considerada, quando o processo a que responde já tiver sido analisado em todas a instâncias da Justiça.
Além de ter baseado sua condenação a Lula por evidências e não por provas concretas, Moro não agiu  até hoje,  com o mesmo rigor com outros envolvidos em crimes – comprovados – na Lava Jato, como com Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo.
Resta aos ministros do STF, como já o fez Marco Aurélio de Mello, conter a sanha de Moro em querer adentrar a instâncias que não lhes dizem respeito e mandá-lo dar sequência na punição aos criminosos investigados pela Lava Jato sem parcialidade, como tem feito com os corruptos do PSDB, antes dele ir para os Estados Unidos, como é sua pretensão.
Afora o lero-lero já conhecido por todos, Sérgio Moro deu mostras nas entrelinhas da entrevista, de que pisa num terreno delicado, já que no fundo, o que pretende, é jogar a opinião pública contra os ministros do STF.