Operação Carne Fraca: PMDB e PP recebiam do esquema de frigoríficos

Dinheiro e anotações, apreendidas com o superintendente do MAPA no Paraná, Gil Bueno Magalhães (Foto: Divulgação/PF)

Dinheiro e anotações, apreendidas com o superintendente do MAPA no Paraná, Gil Bueno Magalhães
(Foto: Divulgação/PF)

Parte da propina paga no esquema desvendado pela Operação Carne Fraca ia para dois partidos políticos, o PMDB e o PP, segundo o delegado Maurício Moscardi Grillo, da Polícia Federal (PF). Em entrevista, ele disse que, embora não fosse possível afirmar para quais políticos ia o dinheiro, os autos das investigações da operação “deixam claro” esse vínculo entre o esquema e as duas legendas.
O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Daniel Gonçalves Filho, foi citado por Grillo. Segundo o delegado, é possível presumir que ele, apontado como um dos líderes do esquema criminoso, tenha ocupado cargos públicos de relevância mediante compensações para atores políticos que eventualmente o sustentassem nessas funções.
Fiscais do MAPA
O esquema revelado pela operação mostra que funcionários de frigoríficos, entre eles alguns ligados às maiores empresas do mercado de carnes no Brasil, a BRF e a JBS, corrompiam intencionalmente fiscais do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento (MAPA), para a aprovação de certificados de qualidade de produtos, que não tinham as condições mínimas, por lei, de serem comercializados. Os delitos vão de produtos vencidos, reembalados e com rótulos adulterados, até adulterados, com carnes residuais que deveriam ser descartadas.
Eram usados ainda, materiais como papelão e restos diversos em comidas preparadas e produtos enlatados, como salsichas, entre outros, além de água que era injetada nos alimentos, para aumento de peso.
Na divulgação da operação, que está sendo realizada em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF), a PF não individualizou as condutas de cada frigorífico.
Com Veja

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