PF investiga compra de vaga no TCE/MT

Esquema de Blairo benficiou Sergio Ricardo (Foto: Folhamax)

Esquema de Blairo beneficiou Sergio Ricardo
(Foto: Folhamax)

Desde 2017, a Polícia Federal vem realizando investigação sigilosa para apurar desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), com o propósito de pagar a compra da vaga para o conselheiro afastado Sergio Ricardo, no Tribunal de Contas do Estado (TCE), descoberto pela Operação Ararath.
A revelação do inquérito pela PF, partiu da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em um parecer emitido no dia 26 deste mês ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual ela se posiciona acerca de um pedido de Sérgio Ricardo e do ex-senador e ex-ministro da Agricultura de Michel Temer, Blairo Borges Maggi (P). Por meio de um recurso de embargos de declaração, os dois políticos pedem que a ação que julga a compra da vaga seja remetida ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e não ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), conforme decidido pela Suprema Corte.
“A Primeira Turma tão somente apreciou e afastou a tese da prevenção dos atuais desdobramentos da cognominada Operação Ararath com os fatos que constituíram objeto do Inquérito 3842/DF, não se podendo divisar qualquer contradição com o reconhecimento da concentração dos feitos no Juízo da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato Grosso (Cuiabá), como o processo referente à ação penal instaurada em face dos demais envolvidos no esquema criminoso, pelos mesmos fatos objetos da denúncia encartada nestes atos) e o Inquérito 0168/2017 – SR/PF/MT, que apura o próprio esquema de desvio sistemático de recursos públicos, imputado ao então deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida e por outros pares no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, ao qual remonta a origem do dinheiro repassado a Alencar Soares Filho, como parte do pagamento acordado para determiná-lo a solicitar a sua aposentadoria”, diz trecho da fundamentação de Raquel Dodge. Confirmação
Os desvios praticados na ALMT, para este fim, já haviam sido confirmados pelo ex-presidente da Casa, José Geraldo Riva, em depoimento à Justiça de Mato Grosso, em março de 2017, no julgamento dos crimes apurados pela Operação Imperador, que apurou o desvio de R$ 62 milhões do Parlamento. Na oportunidade, Riva afirmou que o ano de 2009 foi praticamente todo voltado a desviar recursos do Parlamento, para pagar a cadeira do conselheiro do TCE Alencar Soares, hoje aposentado, que teria custado R$ 15 milhões.
José Riva em seu depoimento disse que deste total, R$ 2,5 milhões foram desviados por meio de outro  esquema descoberto pela Operação Imperador, juntando-se aos R$ 12,5 milhões restantes utilizados na compra da vaga de Alencar para Sérgio Ricardo. Apesar de a posse ter sido realizada apenas em maio de 2012, as articulações pela suposta venda de vaga em benefício de Sérgio Ricardo, segundo Riva, se iniciaram em 2009.
Da Redação com Folhamax

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