Pobres cada vez mais pobres

Maioria voltou à miséria extrema (Folha CentroSul)

Maioria voltou à miséria extrema
(Folha CentroSul)

As consequências do golpe de 2014 começam a mostrar os danos sociais que o movimento causou, atingindo principalmente as populações mais pobres, que voltaram a estar, novamente, abaixo da linha da miséria.
No relatório “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras – 2018”, divulgado ontem pela organização não governamental (ONG) Oxfam Brasil, mostra que entre 2016 e 2017 a redução da desigualdade de renda no Brasil foi interrompida pela primeira vez nos últimos 15 anos – reflexo direto da recente recessão econômica. A estagnação fez com que o Brasil caísse da posição de 10º para 9º país mais desigual do planeta, no ranking global de desigualdade de renda de 2017.
Disparidade salarial
Segundo o levantamento, o número de 50% das pessoas mais pobres (7,2% da população) passou de 13,3 milhões em 2016, para 15 milhões em 2017, com renda média R$ 787,69 de rendimentos (retração de 3,5%), abaixo do salário mínimo vigente no país que é de R$ 954,00.
Já 10% dos brasileiros mais ricos, tiveram seus rendimentos acrescidos em 6%, apresentando renda média mensal de R$ 9.519,10, conforme dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (PNADs) do IBGE.
Conforme critério do Banco Mundial, é considerado pobre quem sobrevive (ou tenta sobreviver) com renda de até US$ 1,90 por dia, cerca de R$ 7, 00.
A distância entre os mais ricos e os mais pobres vinha diminuindo há 15 anos no Brasil desde 2002, conforme o índice de Gini de rendimentos totais per capita, medido pelas PNADs.
Cortando na carne
O relatório aponta inúmeras medidas para a redução das desigualdades no Brasil, entre elas a criação de metas para diminuir o aumento real do salário mínimo, o estabelecimento de metas para o fim da discriminação salarial em função de raça e gênero e a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que instituiu o Teto de Gastos. Mas a principal recomendação da Oxfam para lidar com o desafio é a redução da carga tributária indireta no país, que pesa especialmente sobre os mais pobres.
Entre os países da OCDE, o Brasil é o que menos tributa renda e patrimônio. Enquanto no Brasil a cada R$ 1 que é arrecadado, R$ 0,22 vêm de impostos sobre a renda e do patrimônio, na média dos países essa parcela equivale a R$ 0,40 para cada R$ 1 pago em tributos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 59,4% da arrecadação vêm de impostos sobre a renda e o patrimônio da população.
Da Redação com Agência Brasil

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