Processo contra tenente BM Ledur pela morte de aluno em treinamento, é arquivado

Ledur e o aluno Rodrigo Claro (Arquivo)

Ledur e o aluno Rodrigo Claro
(Arquivo)

A tenente do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Izadora Ledur de Souza Dechamps, teve a condenação prescrita, conforme decisão proferida ontem (22) pelo juiz João Bosco Soares da Silva, da 11ª Vara Criminal de Justiça Militar, em Cuiabá,
Izadora respondia pela morte de um aluno em uma aula de salvamento, em novembro de 2016. A atuação dela foi considerada abusiva.
Porém, desde o recebimento da denúncia, no dia 27 de julho de 2017, até a publicação da sentença, no dia 17 de agosto de 2022, passaram-se mais de quatro anos, o que fez com que o caso prescrevesse, de acordo com o magistrado.
Ao g1, a defesa da família, o advogado Júlio César Lopes, disse que a extinção da pena só aumenta a sensação de impunidade. “[A prescição] não a absolve muito menos a inocenta, apenas atesta a falência estatal que não foi capaz de impedir tamanha atrocidade, não conseguiu apurar e julgá-la no devido tempo, muito menos conseguiu executar a merecida pena. Rodrigo Claro e sua família foram os únicos penalizados”, disse.
O g1 procurou também a defesa de Ledur, mas o advogado Huendel Rolim informou que não iria comentar o caso.
Entenda o caso

Rodrigo passou mal em aula prática na Lagoa Trevisan (Reprodução/TVCA)

Em novembro de 2016, o aluno da corporação Rodrigo Claro (com 18 anos, à época) morreu depois de passar mal durante uma aula de instrução de salvamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Ele chegou a ser internado por cinco dias, em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) de um hospital particular na capital.
O julgamento do caso, contudo, aconteceu somente neste ano, após ser adiado a pedido da defesa de Ledur. Ela chegou a ser condenada a um ano de detenção.
Ela apresentou atestados médicos de forma contínua desde a morte de Rodrigo, em novembro de 2016.
Ledur ainda responde a outro caso de suposta tortura a um aluno dos bombeiros chamado Maurício Júnior dos Santos. À época, o aluno foi encaminhado a uma unidade de saúde após acordar às margens da Lagoa Trevisan e sentir fortes dores de cabeça.
Desde a morte, a Justiça investiga se houve abusos por parte dos instrutores do curso de formação.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a tenente Ledur, que era a instrutora do curso na ocasião, usou de meios abusivos de natureza física e de natureza mental.
Depoimentos de outros alunos, da família e testemunhas, apontaram que Rodrigo disse que tinha medo da tenente e que, durante outro treinamento, Ledur havia empurrado ele na piscina.
Os amigos relataram que Rodrigo não era tão bom na água e, durante a prova, pediu para parar e queria desistir, mas que Ledur ficava cobrando para que ele continuasse, o que culminou no mal-estar.
Fonte: g1MT

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