Riva acusa Blairo de ter usado precatórios para comprar apoio político em MT

Riva delatou Blairo à PGR (Circuito Mato Grosso)

Riva delatou Blairo à PGR
(Circuito Mato Grosso)

Em acordo de delação premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada, o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva, acusa o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), de autorizar R$ 260 milhões em precatórios – pagamentos de causas judiciais – para a construtora Andrade Gutierrez, a fim de abastecer um sistema financeiro que tinha por objetivo comprar apoio de parlamentares
Diz Riva em sua delação, que os pagamentos de precatórios foram realizados entre março de 2009 e dezembro de 2012. Blairo foi governador de Mato Grosso por dois mandatos consecutivos, entre 2003 e 2010. O dinheiro, segundo o ex-parlamentar, abasteceu uma conta-corrente usada para pagar deputados estaduais e integrantes da base em troca de apoio ao governo.
O Estadão apurou que a negociação do acordo de colaboração de Riva com a PGR, foi finalizado na sexta-feira passada (7).
Por seu vez, Blairo negou as acusações e afirmou que os pagamentos de precatórios seguiram o “rito legal”.
Manobra
Segundo Riva, o pagamento dos precatórios era apenas parte de uma manobra financeira, para comprar a adesão dos deputados à base. Esse sistema financeiro paralelo, era operado pelo empresário Valdir Piran. O delator narrou um encontro do qual participaram Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), sucessor do ministro da Agricultura no Executivo mato-grossense. Foi nessa reunião que ficou acertado o esquema dos precatórios.
O acordo previa, de acordo com os relatos de José Riva, que a construtora cedesse seu crédito de precatórios à Piran, com deságio de 54%. Com isso, dos R$ 260 milhões pagos pelo governo de Mato Grosso à empreiteira, R$ 104 milhões foram parar nas contas usadas pelo operador do esquema.
Com Brasil 247 e reportagem de Fábio Serapião, do Estado de S.Paulo.

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