Senado aprova reforma do Ensino Médio 

Demandas de secundaristas, não foram ouvidas (Foto: Agência Brasil)

Demandas de secundaristas, não foram ouvidas
(Foto: Agência Brasil)

No início da noite de ontem, o Senado Federal aprovou, por 43 votos a 13, a Medida Provisória (MP) que institui a reforma do Ensino Médio no país.
O projeto, anunciado por Michel Temer em setembro do ano passado, passou pela última votação, depois que foi aprovada a Câmara no fim de 2016. A decisão, na época, motivou as ocupações nas escolas em todo Brasil, quando estudantes queriam debater as propostas de mudanças.
Mudanças
Entre as mudanças da reforma, a maior será a flexibilidade do currículo: 60% da grade curricular será de matérias obrigatórias e 40% optativas. Desta forma, os estudantes escolherão uma das cinco áreas de especialização, divididas em: linguagem e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas ou formação técnica profissional. Outra mudança, referente à carga horária, aumentará, gradativamente, das atuais 800 horas anuais para 1.400 horas.
Fim de artes e educação física
Ente os pontos polêmicos propostas pela reforma incide no fato das escolas não serem mais obrigadas a oferecer aulas de artes e educação física. Com a mudanças, ambas as matérias seriam restritas ao ensino infantil. Português e matemática seguem obrigatórias para os três anos, enquanto as demais disciplinas dependerão das escolhas dos alunos e da grade curricular estadual.
Falácia
Na ocasião do lançamento do projeto por Temer, o coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara, disse que as medidas do projeto criariam uma cortina de fumaça para o cerne do problema.
“Essa reforma é uma falácia, porque não resolve as questões estruturais, como a formação de professores e pontos que eram demandas dos estudantes que ocuparam as escolas, como a redução do número de alunos por classe. De nada adianta ênfase em exatas ou humanidades, se o professor for mal preparado, se não houver recurso”, afirma.
“Canetada perigosa”
Daniel Cara ressaltou ainda, que “em nenhum lugar do mundo, uma reforma dessa envergadura, é colocada em prática dessa forma. Na Austrália se levou dois anos, na Finlândia, 10. A MP é autoritária, permitindo que o Executivo aja como um superlegislador. Houve pressa, para atender a demandas de grupos educacionais.”
Da redação com Catraca Livre/BBC

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