STF suspende Julgamento de denúncia contra Bolsonaro 

Pedido de vistas de Moraes suspendeu o julgamento (OAB)

Pedido de vistas de Moraes suspendeu o julgamento
(OAB)

Em mais um lance claro de continuar privilegiando quem transgride a lei – o que já se tornou comum neste País – em razão de um pedido de vistas pelo ministro Alexandre de Moraes – indicado ao STF por Michel Temer (MDB), em substituição ao falecido ministro Teori Zavascki – foi suspenso ontem (28) o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidirá sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal e presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, pelo crime de racismo.
O placar no colegiado tem dois votos contrários à abertura de ação penal contra Bolsonaro, dos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, e dois votos para receber a acusação e torná-lo réu, dos ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Moraes, presidente da Primeira Turma e último a votar, pediu mais tempo para analisar o assunto. O julgamento deve ser retomado na próxima sessão, na terça-feira da próxima semana.
Em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, acusou Bolsonaro do crime de racismo em razão de suas declarações sobre quilombolas, indígenas e refugiados em um evento no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.
“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas [arroba é uma medida usada para pesar gado; cada uma equivale a 15 quilos]. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de 1 bilhão de reais por ano é gasto com eles”, disse Jair Bolsonaro, sob risos da plateia de cerca de 300 pessoas. O evento aconteceu em abril daquele ano.
O parlamentar ainda prometeu, caso seja eleito presidente da República em 2018, acabar com todas as demarcações de terra para essas comunidades. “Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola. Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí”, afirmou.
Bolsonaro também criticou na ocasião, o acolhimento a refugiados pelo Brasil. “Não podemos abrir as portas para todo mundo”, disse. Mas não se mostrou avesso a todos os estrangeiros. “Alguém já viu algum japonês pedindo esmola? É uma raça que tem vergonha na cara!”, afirmou.
Em sua defesa, Jair Bolsonaro alega ter imunidade parlamentar para não ser responsabilizado por suas declarações.
Da Redação com Veja

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

f