Temer pode ter confessado crime que ninguém lhe atribuiu

Preocupado em "estar bem" com Cunha (Internet)

Preocupado em “estar bem” com Cunha
(Internet)

Segundo o jornalista Janio Freitas hoje na Folha de São Paulo, passou despercebido no discurso de Michel Temer, sobre parte da delação da JBS, o fato de que ele deu duas informações importantes: primeiro, justificou o pagamento a Eduardo Cunha como um tipo de ajuda humanitária à família do ex-deputado, ou seja, não negou que parte da conversa com Joesley Batista dizia respeito a repasses a um preso da Lava Jato.
Em segundo, e mais curioso, disse: “Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário”. Temer rebateu um crime (o de solicitar o pagamento) que ninguém disse que ele cometeu, apontou Janio de Freitas.
Para o jornalista, o fato é que tudo indica que os pagamentos mensais a Eduardo Cunha e Lucio Funaro tinham o objetivo de mantê-los longe de tratativas em torno de delações premiada. O discurso de Temer, rebatendo a possibilidade de ter solicitado esse pagamento por Geddel Vieira Lima a Joesley Batista, mostra mais um caminho a ser trilhado pela Lava Jato.
Recomendação
Portanto, a recomendação de Temer a Joesley Batista, dirigida a manter os pagamentos ou a manter-se “de bem”, dizia a mesma coisa, buscando o mesmo fim.
Como os pagamentos e estar “de bem” não tinham outro propósito senão o de comprar o silêncio de Eduardo Cunha (e o de Lúcio Funaro, este ao custo de R$ 400 mil por mês), cabe ao Supremo, à Polícia Federal e à Lava Jato explicar por que Joesley Batista e Michel Temer encontravam-se com igual necessidade.
“(…) cabe ao Supremo, à Polícia Federal e à Lava Jato explicar por que Joesley Batista e Michel Temer encontravam-se com igual necessidade [de ficar “de bem” com Cunha]”, enfatiza Janio Freitas.
Da Redação com Jornal GGN

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