Temer promove diplomata responsável por fuga de senador boliviano corrupto

Saboya foi promovido por merecimento (Foto: Reprodução/TV Globo)

Saboia foi promovido por merecimento
(Foto: Reprodução/TV Globo)

O diplomata Eduardo Paes Saboia, que ajudou, em 2013, o senador boliviano Roger Pinto Molina a fugir para o Brasil, foi promovido pelo presidente Michel Temer ao posto mais alto da carreira diplomática. O decreto presidencial que oficializou a promoção foi publicado na edição de hoje (30), do Diário Oficial da União (DOU).
Além de Saboia, outros 33 diplomatas foram promovidos a ministro de Primeira Classe por meio do decreto assinado por Temer, entre os quais o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. O decreto informa que as promoções se deram pelo critério de “merecimento”.
O posto para o qual Saboia foi alçado tem status de embaixador dentro da carreira diplomática. Os ministros de Primeira Classe, em regra, ocupam cargos de chefia dentro da estrutura do Ministério das Relações Exteriores, como secretário-geral ou subsecretários, ou o comando de postos no exterior, como embaixadas e consulados.
O incidente diplomático protagonizado por Eduardo Saboia em 2013 culminou na demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. À época, Saboia era o encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, mas substituía o embaixador Marcelo Biato, que estava de férias.
Acusações
Condenado por corrupção e acusado por diversos crimes na Bolívia, Roger Pinto Molina – opositor do governo Evo Morales – recebeu asilo político do governo brasileiro em 2012, mas permaneceu na embaixada brasileira em La Paz durante 15 meses com receio de ser preso se deixasse o local.
Ele alegava ter se tornado um perseguido político depois que fez denúncias de corrupção contra o governo de Evo Morales.
Molina foi trazido para o Brasil em um carro oficial da embaixada sem autorização dos governos boliviano e brasileiro. Ele viajou 22 horas de La Paz a Corumbá (MS), onde pegou um jatinho junto com o senador brasileiro Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e desembarcou em Brasília.
Na ocasião, o diplomata brasileiro promovido nesta sexta-feira por Temer alegou que organizou a viagem do parlamentar da Bolívia para o Brasil porque “havia o risco iminente à vida e à dignidade do senador”.
Ao chegar ao Brasil, o opositor do governo Evo Morales solicitou ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, o status de refugiado político.
Punição
Por conta da repercussão do caso, Eduardo Saboia foi removido da embaixada do Brasil em La Paz dias depois do senador boliviano ingressar no território brasileiro. Ele foi transferido para a Secretaria de Estado do Itamaraty, que tem sede em Brasília.
À época, além de demitir Antonio Patriota, a então presidente Dilma Rousseff também decidiu trocar o embaixador brasileiro na Bolívia.
Saboia foi investigado por uma comissão de sindicância do Itamaraty em razão de ter auxiliado a fuda do parlamentar da Bolívia. Em 2015, a comissão disciplinar decidiu puni-lo com 20 dias de suspensão por conta do episódio da fuga de Pinto Molina.
Atualmente, segundo o site da Transparência do governo federal, Eduardo Saboia está cedido ao Senado desde abril do ano passado. Ele ingressou na carreira diplomática há 28 anos.
Já não basta os corruptos daqui. 
Neste governo, nada mais me surpreende!
Com G1 Brasília

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