Transferência de filho de Carlos Bezerra gera reação de advogados de presos da PCE

A transferência de Carlos Alberto Bezerra, 57 anos, da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, para a Penitenciária Regional Major Eldo de Sá Corrêa – Mata Grande, em Rondonópolis, ocorrida na sexta-feira da semana passada, dia 03, provocou a reação dos advogados Artur Barros Freitas Osti, Filipe Maia Broeto e Pedro Henrique Marques, que defendem apenados do Raio 8 – ala provisória de detenção especial da PCE.
No habeas corpus coletivo protocolado no Tribunal de Justiça, esta semana, os defensores pedem a transferência também de todos os presos que têm direito à cela especial, que se encontram no espaço diferenciado, cerca de 10 a 15 apenados, sob a argumentação de que o reconhecimento do Poder Judiciário ao direito a cela especial ao empresário, que é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra, justifica a extensão do direito aos demais detidos em idêntica situação processual.
Carlos Alberto Bezerra, conhecido por Carlinhos, é assassino confesso da ex-companheira Thays Machado, de 44 anos, e do namorado dela, Wilian Cesar Moreno, de 30, mortos por ele com disparos de arma calibre 380, em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, em Cuiabá, na tarde do dia 18 de janeiro passado.
Sua transferência foi solicitada pela defesa que alegou falta de segurança do cliente, na unidade penal da Capital.
“Se houve urgência na preservação da integridade física e psicológica do preso agraciado com a decisão de transferência paradigma, ao menos ao viso defensivo, ela também haverá de existir na preservação dos direitos de todos os pacientes dessa impetração”, diz trecho do pedido.
O pedido está sob relatoria do desembargador Orlando Perri, da Turma de Câmaras Criminais Reunida, que deve analisar a decretação de uma liminar, até o final da semana.