Tratamento diferenciado

Enquanto o ex-presidente Lula fica em cela isolada – que ironicamente a “República de Curitiba” denomina de “Estado Maior” – na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR), Henrique Eduardo Lyra Alves (MDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal por 11 mandatos consecutivos (ou 44 anos), que está preso desde 6 de junho do ano passado na Academia de Polícia da PM do Rio Grande do Norte, em Natal, recebeu mais de 400 visitas em apenas dois meses de prisão preventiva (sem prazo determinado), segundo declarou o procurador da República, Rodrigo Telles, em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo.

Henrique Alves – ligadíssimo a Eduardo Cunha – é acusado de corrupção e recebimento de propina, durante investigações da Operação Manus, um dos desdobramentos da Lava Jato e suspeito de ter recebido R$ 11,5 milhões de empreiteiras.
Rodrigo Telles integrou o grupo de trabalho de apoio ao ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na análise dos processos em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) e continua na Operação Manus.
Telles reforçou a afirmação, citando que em “apenas durante os dois primeiros meses de prisão preventiva, ele (Henrique Eduardo Alves) teve mais do que 400 visitas, sem um maior controle quanto ao ingresso de pessoas com, o que seria impensável em um sistema prisional comum, ao qual se destina a maioria das pessoas”, afirma.
Lula
Já Lula não pode ser visitado por 10 governadores no início do mês; pelo teólogo Leonardo Boff e por Adolfo Pérez Esquivel – ativista argentino de direito humanos e Prêmio Nobel da Paz em 1980 – na semana passada; pela comissão externa da Câmara Federal na terça-feira (24); e também por seu médico particular, que ontem teve barrado o acesso à cela onde está detido o ex-presidente desde o dia 07 deste mês.
A negativa das visitas foi dada pela juíza Carolina Lebbos, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, cujo titular é Sergio Moro.
O autoritarismo, salta aos olhos!