“Chumbinho” na mesa dos brasileiros

(Ilustrativa/Vipal)

(Ilustrativa/Vipal)

De janeiro até o final de novembro, o governo Jair Bolsonaro liberou a produção e comercialização de 467 pesticidas, que em sua maioria são de alta toxicidade e extremamente nocivos à saúde dos brasileiros.
Conforme relatório de amostras feitas em apenas 270 deles e divulgado no dia 11 deste mês pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram detectados resíduos de agrotóxicos como o carbofurano e o terbufós – presentes na composição do raticida “Chumbinho”, vendido ilegalmente – em alimentos como a alface, laranja, goiaba, uva, chuchu, beterraba, cenoura, pimentão, alho, batata doce, abacaxi, arroz e feijão.
Riscos à saúde
O uso do carbofurano é proibido pela Anvisa desde outubro de 2017 (por causar danos ao sistema nervoso, como a morte de neurônios e as consequências acarretadas), nas culturas de citros, arroz, batata, coco, feijão, mamão, manga, tomate, trigo e uva.
Em relação ao terbufós, foram encontrados resíduos em amostras de alface, cenoura, pimentão e tomate. O pesticida é muito usado ainda, como inseticida em lavouras de banana, café, cana e milho e conforme a bula do produto, seu uso causa intoxicações manifestadas por tremores e câimbras, hipertensão arterial, fibrilação muscular e flacidez, eventualmente morte por parada respiratória, com efeitos mais comuns sobre o sistema nervoso central, como a ansiedade, dor de cabeça, perda de memória, tremores, convulsões e eventualmente paralisia do aparelho respiratório, que pode leva à morte.
As amostras foram coletadas pelo Para em apenas 77 municípios brasileiros e dos 20 agrotóxicos mais detectados nas análises da Anvisa, seis estão banidos na União Europeia (EU), como o Carbendazim e o Acefato –o terceiro e o sétimo, respectivamente, mais detectados.
Contaminação
Além da contaminação dos alimentos, os agrotóxicos utilizados em grandes plantações agrícolas são levados pelo vento, chuvas e pelas águas dos rios, causando contaminação ambiental e humana e atingindo a saúde dos trabalhadores rurais e de todos que entrem em contato direto e indireto com essas substâncias altamente tóxicas, que possuem alta persistência ou geram metabólitos ainda mais tóxicos do que o produto ativo original, quando são rapidamente degradados no ambiente.
O que causa apreensão maior ainda, segundo especialistas, é que a Anvisa afirma que dos produtos avaliados, 49% não contêm resíduos de agrotóxicos e que em 23% – quase ¼ deles – o número de irregularidades, como a presença de resíduos acima do limite, não seria tão relevante assim. E que, portanto, seriam seguros.
Vale lembrar também, que até no leite materno – que é se suma importância para bebês e crianças, em fase de amamentação -, já foram detectados resíduos de agrotóxicos!
Da Redação com Revista Fórum

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