Empresárias investem em sex shops para o público evangélico

Gel gospel beijável (Divulgação)

Gel gospel beijável
(Divulgação)

Com o propósito de ajudar os casamentos a perdurarem e casais a ficarem juntos, as cariocas Andréa dos Anjos (43) e Carolina Marques (26), desde maio deste ano se tornaram empresárias evangélicas e vêm investindo no setor de sex shops, oferecendo produtos em embalagens de cores sóbrias e sem nomes sugestivos, que são enviados aos clientes em caixa de remédio e saco de padaria, por exemplo.
Discrição
Carolina Marques é massoterapeuta e dona da sex shop ConSensual, direcionada ao público evangélico, e quer levar aos clientes desse nicho a ideia de que o sexo não precisa ser um tabu nem deve ser visto como algo sujo — desde que aconteça entre um homem e uma mulher e dentro do casamento. Quanto à discrição, cita que “Não tem como vender produtos chamados ‘ppk louca’, ‘ ‘vai fundo’, isso assusta esse público, pode acabar afastando”, diz ela.
Produtos para sexo anal, por exemplo, não são o foco de sua loja. “Dentro do meio cristão, a região anal é vista como uma área fisiológica. Tanto que não existe ali lubrificação natural. A mulher engravida a partir da penetração na vagina, aquilo já foi feito para isso”, diz ela.
Vibradores não estão no catálogo da ConSensual, pelo menos não ainda. “Um homem pode ficar muito intimidado de ver a mulher com uma prótese que pareça um pênis. Por que ter outro pênis ali? No futuro, quero trazer vibros, mas do tipo colorido, para usar junto, mas as pessoas precisam se acostumar aos poucos com essa ideia. Primeiro um gel beijável, um lubrificante, e depois algo a mais”, explica.
Quanto ao sexo oral, há mais liberdade, pela prática ser vista como um tipo de carinho, dentro da retórica evangélica.
Caixa de remédio e saco de padaria
Andrea dos Anjos, evangélica da congregação Batista há 17 anos, que é dona da loja Memórias da Clo, e empreeendedora do setor erótico gospel no Rio de Janeiro, revela que o interesse da clientela vem aumentando, principalmente na Zona Norte e nos bairros da Barra e do Recreio, na Zona Oeste.“São clientes um pouco diferentes da maioria, porque, devido à religião e a alguns dogmas, ficam envergonhados e constrangidos, mas é um público fiel. Dou consultoria informalmente”, explica.
Andrea, assim como Carol, vende seus produtos pela internet e ganha clientes no boca a boca, pelo fator que esse público é muito reservado e uma loja física, identificável, não é tão interessante, já que a discrição é uma das chaves do sucesso.
Ambas afirmam que 95% de seu público são mulheres, com idade variada com os produtos são bem recebidos pela clientela.
Da Redação com G1 Rio

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