Imbroglio do aeroporto de Rondonópolis

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Mesmo licenciado, Bezerra mexe os "pauzinhos" (Otmar de Oliveira/Gazeta Digital)

Licenciado do cargo, Bezerra acompanha as investigações
(Otmar de Oliveira/Gazeta Digital)

No dia 15 deste mês, o delegado da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso, Nelbe Ferraz de Freitas, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a dilatação em mais 60 dias, do prazo para a conclusão das investigações que apontam o deputado federal Carlos Gomes Bezerra (MDB), como suspeito de desviar recursos públicos superfaturados, inerentes à execução das obras de ampliação e pavimentação do Aeroporto Maestro Marinho Franco, de Rondonópolis, executadas em 2013 pela empresa Ensercon Engenharia Ltda, em contrato com a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana.
O contrato inicial de R$ 20 milhões, segundo as investigações feitas pela PF, teria sido acrescido em R$ 7,5 milhões, valor este que serviria para cobrir dívidas contraídas na campanha de Carlos Bezerra, em 2010, para a Câmara Federal.
Perícia
De acordo com o delegado, a ampliação do prazo se faz necessária, devido a que informações de quebra de sigilo bancário ainda não foram totalmente periciadas pelo Sistema de Movimentação Bancária (Simba), utilizado pela Polícia Federal para trabalhar sobre os dados colhidos, faltando a checagem apenas de 6%, do material levantado pelas investigações.
Decorrentes de uma das inúmeras fases da Operação Ararath, que permaneceu no STF após o relator ministro Luiz Fux desmembrar os demais eventos para instâncias inferiores, as investigações incidem também sobre José Carlos Ferreira da Silva; Cinésio Nunes de Oliveira (ex-secretário estadual de Infraestrutura e Logística; Tércio Lacerda de Almeida (ex-superintendente de Obras e Transportes); Marcílio Ferreira Kerche (representante legal da empresa Ensercon); Edmar Alves Botelho, Esmeraldo Teodoro de Mello e o engenheiro civil Pedro Maurício Mazzaro.
Operação Ararath
A Operação Ararath foi deflagrada em novembro de 2013, visando apurar a realização de pagamentos fraudulentos por parte do Governo de Silva Barbosa para empreiteiras, além do desvio desses recursos em favor de agentes públicos e empresários, através da utilização de instituição financeira clandestina, em desacordo com as determinações legais.
Pagamento de dívidas
A denúncia foi feita pelo ex-governador Silval Barbosa, em delação premiada, em que ele afirma que a fraude na licitação das obras do Aeroporto Municipal Maestro Marinho Franco, teria sido praticada para que Carlos Bezerra cobrisse um empréstimo em que ele (Silval) foi avalista, cuja dívida de R$ 7,5 milhões, seria quitada pela cobrança de propina junto à Ensercon.
Cassação
Com a conclusão das investigações pela PF, Bezerra pode vir a ter seu mandato de deputado federal cassado, além de vir a sofrer outras penalizações da Justiça, pela conduta criminosa demonstrada neste caso.
No embalo propineiro
As obras do Aeroporto Maestro Marinho Franco foram muito visadas por outros oportunistas que também queriam tirar uma “casquinha” e receber  uma “merrequinha”, digamos de R$ 100 mil, como é de conhecimento do blog.
Devido ao silêncio sepulcral que fizeram, após terem sido indagados a respeito pela nossa reportagem, não podemos afirmar se conseguiram seu intento e, igualmente, “molharam a mão”!
Da Redação com informações de Olhar Jurídico

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