MPE apura compra de faculdade da família de Gilmar Mendes pelo Governo de MT

Inauguração sob nova denominação, contou com a presença de Gilmar Mendes (Andrews Andrade/PMD)

Inauguração sob nova denominação, contou com a presença de Gilmar Mendes
(Andrews Andrade/PMD)

De acordo com matéria da Folha de São Paulo ontem, o negócio entre a família do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Governo de Mato Grosso, durante a gestão de Silval Barbosa (PMDB), está sendo questionado por um inquérito civil, aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE).
O inquérito civil do MPE foi aberto pelo promotor Daniel Balan Zappia, de Diamantino, com o objetivo de investigar a compra, em meio a indícios de que a transação tenha ocorrido de forma apressada, sem estudo prévio.
Venda
Estatizada em 2013, a União de Ensino Superior de Diamantino (Uned) – de propriedade da família de Mendes – foi incorporada à Universidade Estadual de Mato Grosso, pelo valor de R$ 7,7 milhões.
Na placa que oficializa a estatização, datada de 16 de setembro 2013, lê-se que “temos de agradecer à família Mendes, em especial ao ministro do STF Gilmar Mendes, pelo esforço em construir uma sociedade mais justa e igualitária, por meio da oferta do Ensino Superior”.
Comandada até então pela irmã de Gilmar Mendes, Maria Conceição Mendes França, a Uned havia sido criada em 1999 e teve o ministro do STF como um de seus sócios fundadores, até o ano seguinte.
Diamantino (Médio Norte de Mato Grosso) é a terra natal de Gilmar, já tendo sido administrada por seu avô, por seu irmão e também por seu pai, Francisco Ferreira Mendes – que empresta o nome ao câmpus, hoje da Unemat.
Até hoje, por exemplo, não houve concurso público para professores e outros funcionários. Quase todos têm contrato temporário – os poucos concursados, pediram transferência de outros campi da Unemat, para a unidade de Diamantino.
Recentemente, a ONG Moral, com sede em Cuiabá, entrou com uma representação no Ministério Público Federal para que o órgão investigue a compra da Uned dentro dos processos contra o ex-governador Silval Barbosa e o então presidente da Assembleia, José Riva (PSD), que responde a mais de cem processos na Justiça.
Questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-governador teria negado qualquer irregularidade na estatização.
Gilmar, que descerrou a placa em sua homenagem durante cerimônia ao lado de Barbosa e Riva, afirma que não se envolveu mais com a administração da universidade desde que deixou a sociedade.
O Blog Estela Boranga comenta já havia veiculado matéria na edição do dia 09 de julho deste ano, abordando o assunto.
Da Redação com Folha de São Paulo

 

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