Polícia investiga caso de bebê mordida em berçário

Bebê teve várias mordidas no rosto e no corpo (Foto: Arquivo da família)

Bebê teve várias mordidas no rosto e no corpo
(Foto: Arquivo da família)

A bebê de 11 meses, que foi mordida em uma creche particular de Rondonópolis, no dia 30 de janeiro último, foi agredida por outra criança, de 2 anos. Essa é a principal afirmação de testemunhas, que prestaram depoimento à Polícia Civil Judiciária de Mato Grosso (PJC/MT). A menina, que ficou com hematomas no rosto, nas costas e no bumbum, chegou a ser internada por causa das lesões.
Os pais da menina denunciaram o caso e registraram boletim de ocorrência (BO). Segundo a delegada Lígia Silveira, responsável pela investigação na Polícia Civil, já foram ouvidas a proprietária da creche, a mãe da bebê e uma funcionária, além da mãe da criança de 2 anos e a própria criança apontada como agressora. As testemunhas foram ouvidas, entre segunda-feira e terça-feira, últimas.
Costume
“A mãe da criança que agrediu o bebê, disse que a filha tem o costume de agredir e morder. Ela disse que a filha faz isso desde que o irmãozinho dela, que tem a mesma idade da vítima, nasceu. Ela tomou raiva e também chegou morder o braço da bebê, anteriormente”, declarou a delegada à reportagem. A agressão no braço, ocorreu há algumas semanas e foi comunicada aos pais da vítima.
A criança, apesar de ser pequena, confirmou à delegada que mordeu a colega da creche. As crianças estavam dormindo em colchões espalhados pelo chão.
“A monitora nos disse que estava com as crianças na sala do descanso, onde todas dormiam, e saiu para atender uma criança que estava com febre. Ela disse que chamou outra [funcionária] para ficar no lugar, num intervalo de seis minutos. Quando [a funcionária] chegou a criança de dois anos já estava batendo nela, tinha tirado a fralda e estava mordendo”, comentou a delegada.
A delegada deve ouvir outras crianças que estavam na mesma sala, onde a agressão ocorreu, além de olhar a documentação da creche. O estabelecimento funciona há um ano em Rondonópolis. “Envolvem várias coisas: a questão da mãe não avisar a creche sobre o comportamento da filha e o fato de não poder deixar essas crianças sozinhas. Tudo está dando  a entender, que realmente foi a criança [que agrediu a bebê]”, disse Lígia.

A monitora que encontrou a criança debruçada sobre a bebê, também deve depor na polícia. A delegada espera terminar a investigação, até a próxima semana. Tanto as funcionárias quanto os proprietários do berçário, podem ser responsabilizados pelo ocorrido.

Lesões

A bebê sofreu lesões por várias partes do corpo
(Foto: Arquivo da família)

“A questão é que a criança ficou bem lesionada. É uma mordida de criança, a arcada dentária é pequena e a menina [suposta agressora] confirma. Mas não sabemos até que ponto ela tem força. O que não está batendo , é o tempo que as crianças ficaram sozinhas. Elas estavam distantes uma da outra: do colchão, até ela acordar e conseguir machucar o rosto, as costas e bater nela, isso é muito tempo, mais que seis minutos”, avaliou a delegada.
Conforme a delegada, a criança de 2 anos não tem um porte físico grande. É um tamanho considerado padrão para a idade.
Negligência
Para a delegada, a creche pode responder pelas agressões, uma vez que estava na condição de ter estabelecido um contrato de se responsabilizar pelas crianças. Na avaliação da polícia, o caso se configura como uma negligência, onde a instituição poderá responder criminalmente.
“Sobre a mãe [da criança de 2 anos]: querendo ou não, por mais que a criança seja agressiva, é um resultado inesperado. Ela não poderia saber que teria esse resultado, ao ponto de agredir a bebê”, finalizou Lígia.
Versão do berçário
Em nota, a creche Berçário e Hotelzinho Donabhel informou que a cuidadora deixou a criança sozinha por cerca de cinco minutos, para medir a temperatura de outra criança que estava com febre em uma sala ao lado e, ao retornar, encontrou outra criança de dois anos em cima do bebê. Também disse lamentar o ocorrido. “A dor sentida é compartilhada com todos, como é nosso dever oferecemos ajuda a família. Já prestamos esclarecimentos ao Conselho Tutelar e também à polícia”, cita a mensagem postada, numa rede social.
Com G1 MT

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