Um ano do golpe: Temer comemora o retrocesso

Bondade para com os corruptos (Foto: O Cafezinho)

(Foto: O Cafezinho)

Quantos anos ou décadas o Brasil terá retrocedido, sob Temer?
Só saberemos, quando ele se for.  Mas neste primeiro ano de seu governo, é indiscutível a involução em muitas áreas onde o pais havia saltado para a frente, especialmente na construção de uma sociedade mais próxima do bem-estar social coletivo.
O que Temer vai celebrar hoje, com uma solenidade no Planalto, é o retumbante êxito de seu programa de retrocessos, que podem ser também conferidos na página especial criada para a data (Brasil.gov.br/Brasilagora).
Mas vejamos o que Temer pretende celebrar hoje, acompanhando as abas da nova página e os êxitos destacados em cada uma:
1) Economia – “Indicadores econômicos avançam e Brasil volta a crescer em 2017”, diz o título. Mas cadê o crescimento se o país segue em recessão?   Quando tomou posse, Temer disse que seu maior desafio era “estancar o processo de queda livre da atividade econômica e melhorar significativamente o ambiente de negócios do setor privado, para produzir mais e gerar mais emprego e renda”.   Como nada disso aconteceu, Temer já fracassou na promessa fundamental.  O que a página sobre êxitos econômicos destaca é uma medida cosmética que não encobre as rugas da crise e do desemprego, a liberação de recursos de contas inativas do FGTS.
2) Cidadania – Nesta segunda aba da página de balanço de Temer são destacadas três medidas. Primeira, realmente exitosa, o uso das Forças Armadas para transporte obrigatório de órgãos humanos para transplante. A seguir, o governo tem a coragem de dizer que  “reformas e mais investimentos marcam melhorias na educação”. Uma das reformas é a do ensino médio, muito criticada, e que mostrará seus resultados dentro de dois ou três anos. A outra, veio do governo anterior, é a conclusão do debate e a implantação da base nacional curricular. O Enem 2016 foi o que se viu. O texto fala em aumento de vagas para o FIES mas não diz que o numero de alunos habilitados diminuiu. Efeito da crise. Sem emprego e renda, muitos pais não puderam contratar o financiamento educacional. No item “segurança pública e desenvolvimento social” os destaques são para o programa da Marcela Temer, o Criança Feliz, que ninguém sabe exatamente de que políticas públicas é feito, e para a fiscalização ocorrida no cadastro do Bolsa Família, que excluiu 1,5 milhão de famílias.
3) Na página 3, algo incrível. O chamado “pente fino” nos benefícios do INSS é destacado como medida que gerou economia. E sabemos como: cortando o auxílio-sapude e a pensão por invalidez de milhares de doentes e idosos.
4) PPI – Este não poderia faltar, o programa de concessões de obras públicas, que vem repassando à iniciativa a exploração de privada portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Mas não no ritmo desejável por uma economia em recessão, pois a chamada segurança jurídica continua baixa.  Na mesma página, Temer fatura dois feitos de governos anteriores: o lançamento do satélite geo-estacionário contratado por Dilma e a transposição das águas do Rio São Francisco, iniciada por Lula.
Por fim, diz o balanço que o governo fortaleceu a política externa. Mas em que sentido? Voltando as costas para os vizinhos e buscando relações carnais com os Estados Unidos, ao ponto de o governo convidar o exército americano para um exercício conjunto na Amazônia. Coisa que nenhum pais faria, em se tratando de riqueza nacional tão cobiçada.
É isso, que Temer celebrará hoje. O êxito de seu programa de retrocessos.
Fonte: Coluna Tereza Cruvinel/Brasil 247

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