PC deflagra ação contra corrupção e lavagem de dinheiro em Furnas

PC cumpre mandados no Rio e em SP (Cristina Boeckel/G1)

PC cumpre mandados no Rio e em SP
(Cristina Boeckel/G1)

Policiais civis do Rio de Janeiro e de São Paulo estão cumprindo hoje, 33 mandados de busca e apreensão para investigar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras.
Barão Gatuno
A operação, chamada de Barão Gatuno, tem como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, durante as investigações da Operação Lava Jato e envolvem o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Pinhais (PR), por conta de outros crimes levantados pela Polícia Federal (PF)e o senador afastado, Aécio Neves (PSDB-MG).
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça estadual carioca e estão sendo cumpridos pela Delegacia Fazendária, responsável pela investigação do esquema, com o apoio de 15 delegacias e da Coordenadoria de Combate à Corrupção do Laboratório de Tecnologia e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio.
Também apoia a operação a Polícia Civil de São Paulo, já que alguns mandados estão sendo cumpridos no Estado.
Hidrelétrica Serra do Facão

Usina Serra do Facão
(Furnas)

A investigação da Delegacia Fazendária mostrou indícios de corrupção em contratos firmados por Furnas, na compra de ações da Hidrelétrica Serra do Facão (localizada no rio São Marcos, na divisa de Goiás com Minas Gerais).
A investigação partiu de informações obtidas no termo de colaboração do ex-senador Delcidio do Amaral. O responsável por intermediar e viabilizar a operação teria sido o Eduardo Cunha, que segundo o delator era ligado a sócios da Carioca II e também ligado aos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo a construção da hidrelétrica, assim como teria ligação direta com ex-funcionários de Furnas.
O esquema de corrupção em Furnas vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) nomeou Dimas Toledo como diretor da estatal.
Há dois mandados de condução coercitiva e um deles é contra Dimas Toledo, que era acusado de pagar um mensalão a deputados da chamada “lista de Furnas”.
A delação de Delcídio Amaral complica ainda mais a situação de Aécio, que tem um pedido de prisão prestes a ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Desvio e lavagem de dinheiro
Segundo a polícia, todos se beneficiaram por meio da prática de atos de corrupção, além de desviarem e lavarem capitais.o  A ação é considerada a primeira fase da Lava Jato em âmbito estadual. As operações anteriores realizadas no Rio foram para cumprir mandados na esfera da Justiça Federal e foram comandadas pela Polícia Federal (PF).
A investigação ficou a cargo da Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Rio porque nenhum dos investigados tem foro privilegiado.
Denominação
A ação foi batizada de “Barão Gatuno”, referindo-se ao termo usado no século XIX para quem enriquecia de forma irregular, a partir do envolvimento com agentes públicos.
Da Redação com Agência Brasil/G1

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