Seduc: Malouf cita deputado como beneficiário de esquema

Malouf cita Leitão (esq) e Taques em depoimento (Foto: 24hsNews)

Malouf cita Leitão (esq) e Taques em depoimento
(Foto: 24hsNews)

O empresário cuiabano Alan Malouf, que foi preso durante a terceira fase da Operação Rêmora – que apura fraudes de licitação na Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc) -, declarou em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que o ex-secretário Permínio Pinto foi indicado pelo governador Pedro Taques e pelo deputado federal Nilson Leitão (ambos do PSDB), para ocupar o cargo.
Beneficiário
Segundo conversas que o proprietário de buffet teria tido com o empresário Giovani Guizardi, o deputado federal seria um dos beneficiários do esquema que fraudava licitações públicas em troca de propinas. “Quando Giovani falava no nome de Permínio Pinto sempre fazia questão de ressaltar que a pessoa do deputado federal Nilson Leitão também se beneficiaria economicamente”, afirmou Malouf.
No entanto, o empresário Alan Malouf não garantiu se as conversas que tinha ouvido sobre Leitão eram verdadeiras. Ele disse que nunca havia se encontrado pessoalmente com o parlamentar. “Porém o interrogando não sabe se isso aconteceu e nem mesmo esteve com o referido Deputado tratando desse assunto”, detalha trecho da transcrição do depoimento.
O deputado Nilson Leitão também é citado por Malouf, em uma suposta contratação de uma advogada de Brasília para auxiliar na defesa de Guizardi e Permínio. A defesa teria sido acionada depois de o empresário ter conversado com o governador Pedro Taques, sobre as prisões referentes às fraudes na Seduc.
“O interrogando afirma que conversou com o Governador Pedro Taques algumas vezes após a prisão de Permínio sobre o assunto Rêmora, e este (Pedro Taques) tanto na primeira reunião e nas posteriores não demonstrou qualquer surpresa com os fatos e apenas dizia que estava cuidando da questão prisão Giovani e Permínio; Chegou ao conhecimento do interrogando que a contratação de uma advogada nominada em Brasília teria se dado através de Nilson Leitão, mas apenas ouviu falar sobre isso”, cita trecho da transcrição do depoimento.
O depoimento de Malouf ao Gaeco reafirma fatos da colaboração premiada de Guizardi,  que também citou Nilson Leitão. O delator apontou o deputado federal como um dos integrantes do “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa que fraudava licitações da Seduc.
Já o ex-secretário Permínio Pinto, durante audiência com a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, não citou Nilson Leitão durante a confissão de parte dos crimes que havia cometido. Permínio não mencionou muitos nomes dos envolvidos nas fraudes. Ele se restringiu àqueles que já respondiam a acusações na Operação Rêmora.
Outro lado
Logo que a delação premiada de Guizardi veio à tona, o deputado federal Nilson Leitão emitiu um comunicado, onde afirmou que não conhecia o delator e nunca havia tido contato com ele. O parlamentar ainda assegurou que nunca havia participado de reuniões sobre obras da Secretaria de Educação.
Em maio deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Rêmora e Permínio pediu afastamento do cargo de secretário, Leitão emitiu uma nota de solidariedade em nome do PSDB, partido do qual é presidente estadual. No texto, Leitão destacava que Permínio havia tido um “gesto grandioso” ao pedir licença da pasta.
O texto do PSDB, em nome de Leitão, ainda afirmava que o ex-chefe da Seduc atuava no “combate a fraudes praticadas contra o Estado”.
Com Folhamax

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